Doação de órgãos no Irmã Dulce beneficia até sete pessoas no Estado

Publicado em: 13/07/2018

Órgãos como pulmão, coração e pâncreas foram transportados para São Paulo e Ribeirão Preto

 

Procedimento para captação e transplante dos órgãos envolveu cerca de 20 profissionais

Um jovem de 23 anos pode ter beneficiado pelo menos sete pessoas com órgãos captados no Hospital Municipal Irmã Dulce de Praia Grande por equipes de três hospitais de São Paulo. O procedimento foi realizado dia 12 de julho. Foram transportados pulmão, coração, pâncreas, fígado, rins, ossos e tendões. Com isso, Praia Grande se mantém como uma das cidades com bom desempenho na captação de órgãos no País.

Vítima de acidente doméstico que teve como diagnóstico morte cerebral, o paciente doador era morador da cidade. Sensível ante a possibilidade de salvar ou restaurar vidas de várias pessoas que aguardam por órgãos na fila de transplantes, a família autorizou a doação logo que foi informada do quadro de saúde do jovem.

De acordo com a enfermeira Eliza Maria Prado Monteiro, que coordena a Enfermagem da UTI Adulto do Irmã Dulce, as devidas abordagem e acolhimento são fundamentais nessas ocasiões. “Não é momento para simplesmente transmitir um diagnóstico, mas para fazer com que os familiares façam do sofrimento uma oportunidade de levar a alegria da vida a adultos e crianças, muitas delas já sem qualquer esperança. É um gesto nobre”, disse.

Pulmão e coração foram os primeiros a serem captados, por volta das 4h30, e levados de helicóptero para o Instituto do Coração (Incor) e o Hospital Israelita Albert Einstein, ambos na Capital. Fígado e rins foram transportados até o aeroporto de Itanhaém, de onde seguiram de avião para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Os demais órgãos, que não requerem curtíssimo tempo entre a captação e o transplante, como ossos, tendões e pâncreas, foram transportados em veículos da Secretaria de Estado da Saúde para o Hospital das Clínicas de São Paulo. Aproximadamente 20 profissionais foram envolvidos no procedimento de captação e no transporte dos órgãos doados.

Segundo a enfermeira especializada em Nefrologia e em Captação de Órgãos, Laís Moraes Gasparoto, do Albert Einstein, o transplante ósseo, por exemplo, é usado para recompor perdas ósseas decorrentes de tumores, para troca de próteses em traumatismos, reconstrução facial e outras aplicações. “As partes que podem ser captadas são os ossos longos como fêmur, tíbia, fíbula, da perna, úmero e outros do braço, além do quadril”, destacou.

De acordo com o cirurgião geral Dr. Renato Luís Borba, que integra a Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIDOTT) do Irmã Dulce, em 2016 foram registradas 28 notificações contra 41, em 2017. “Este resultado nos projeta como um dos hospitais que mais se empenham na captação de órgãos não somente no Estado de São Paulo, como em todo País”, disse.

Para o diretor-geral do Complexo Hospitalar Irmã Dulce, Dr. Ricardo Carajeleascow, a situação demonstra o esforço da instituição em atender ao que preconiza a Prefeitura. “O prefeito Alberto Mourão investe maciçamente na saúde e na capacitação das equipes. O reconhecimento por este trabalho é conferido por instituições como Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Escola Paulista de Medicina (EPM)”.

Um doador pode beneficiar mais de 12 pessoas com os seguintes órgãos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, ossos, pele e artérias. Para ser doador basta avisar a família.