HMU introduz terapia com polvos de crochê para bebês prematuros

Publicado em: 05/04/2018

Método dinamarquês é disponibilizado no Hospital Municipal Universitário de São Bernardo e oferece sensação de bem-estar e qualidade de vida aos recém-nascidos

 

Acolhimento proporciona conforto aos bebês, que ficam mais calmos e apresentam melhora dos índices cardíacos e respiratórios

Calmaria, bem-estar, melhora nos índices cardíacos e respiratórios, além de diminuição do choro. Estas são as principais características da terapia recentemente incluída no Hospital Municipal Universitário de São Bernardo. O projeto “Polvo” auxilia bebês prematuros que nasceram com menos de 36 semanas de gestação e estão internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).

Segundo a médica responsável pela Unidade de Cuidados Intermediários e Canguru (UCICA), Cíntia Testa José, o simples bicho de crochê ajuda a criança a se desenvolver e fortalecer. “Os tentáculos do polvo se assemelham ao cordão umbilical da mãe. Quando eles se agarram aos bichos, têm a mesma sensação de quando estavam no útero. Com isso, ficam mais calmos. Esse efeito faz com que eles se desenvolvam na parte psicológica e física, como no ganho de peso, por exemplo”, explicou Cíntia.

Mudança que Raimunda da Silva Brás, 24 anos, mãe dos gêmeos Pietro e Heitor, já conseguiu perceber. Os bebês nasceram com 34 semanas e passaram a utilizar a “polvo terapia” no fim de março. “É impressionante. Desde que ganharam os bichinhos eles mudaram, estão mais calmos. Esse é um momento frágil e a técnica está ajudando muito. O quadro de saúde dos meus filhos está evoluindo, até a respiração melhorou. É incrível”, disse Raimunda.

Já Juliana da Silva Moura, 26 anos, mãe de Lucas, de 35 semanas, reforçou que o polvo foi essencial no período em que seu filho ficou internado na UTI Neonatal.

“Ele ficou internado por dois dias. Estava agitado e chorava o tempo todo. Mas, depois que colocamos o bichinho, seu comportamento mudou. Quando o polvo está por perto, ele está tranquilo. Além disso, a coordenação motora está evoluindo bastante. Não tenho palavras para agradecer pelo cuidado e preocupação que estão tendo com meu filho”, comemorou Juliana.

O método foi desenvolvido na Dinamarca em 2013 e introduzido no HMU em novembro do ano passado, durante a semana do Dia Mundial da Prematuridade. Desde então, cerca de 20 recém-nascidos já foram beneficiados pela iniciativa.

“Reunimos todas as mães que estavam na Casa da Gestante do hospital e apresentamos o projeto. Ganhamos doações de lãs da ONG Projeto Octo Brasil e ensinamos as mulheres a produzirem o crochê, que seriam utilizados pelos seus próprios filhos. A aceitação e os resultados foram imediatos. Hoje, temos 10 bebês utilizando essa terapia”, disse Cássia Mazzari Gonçalves, coordenadora de Enfermagem do Cuidado Neonatal.

Todos os bichos passam por processo de esterilização e limpeza, repetido ao longo do período de internação, antes de ser entregue aos bebês. As enfermeiras também ensinam o método às mães para o polvo continuar limpo após a alta hospitalar.

DOAÇÃO – Parte das lãs utilizadas no projeto foi doada pelo Fundo Social de Solidariedade de São Bernardo, presidido pela primeira-dama, Carla Morando. “É gratificante ver o quanto uma simples doação pode mudar tudo. Estamos trabalhando para oferecer uma saúde mais humanizada e preocupada com o bem-estar das pessoas. A introdução desse projeto no HMU é a prova de que estamos no caminho certo”, comentou Carla.