Unidade cria espaço exclusivo para manipulação de doses unitárias; projeto visa segurança do paciente e otimização de estoque
Nova sala dispõe de profissional paramentado e climatização adequada
A Assistência Farmacêutica do Hospital Estadual de Francisco Morato, gerido pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado, inovou ao elaborar projeto de administração segura de medicamentos. A equipe inaugurou em novembro a sala de preparo de doses unitárias de medicamentos não estéreis e unitarização de ampolas e comprimidos com objetivo de aumentar a segurança do processo e evitar desperdícios. O projeto foi elaborado de acordo com as seis metas internacionais de segurança do paciente estipuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O objetivo principal é fornecer ao paciente o medicamento certo, na dose certa e na hora certa. A unitarização das doses já era realizada anteriormente, porém de forma parcial e não em ambiente exclusivo. A nova sala conta com equipe paramentada com avental, máscara, touca e luvas para manuseio e preparo em bancada previamente submetida à desinfecção. O espaço também dispõe de impressora de etiquetas, seladora e climatização adequada.
As doses padronizadas para adultos, como por exemplo de dipirona, paracetamol e simeticona – definidas de acordo com a demanda – são preparadas e armazenadas em estoque para utilização em até sete dias mediante rigoroso controle de validade. “Antes todos os frascos líquidos ficavam nos setores. Recolhemos tudo, eliminamos os estoques paralelos e centralizamos o processo. Agora, quando chega a prescrição médica, os farmacêuticos fazem a triagem e supervisionam os auxiliares, que separam o material com a dose exata previamente identificada com o nome do paciente. Já observamos melhora no controle de dispensação e redução de atividades burocráticas”, explicou Ingrid Dias, farmacêutica do hospital. Atualmente as doses líquidas somam 36 itens do arsenal terapêutico da farmácia.
As atividades executadas contemplam diretrizes baseadas na resolução nº 67/2007 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que dispõe sobre boas práticas de manipulação de medicações para uso humano em farmácias. Para estruturar o projeto a equipe também utilizou conceitos da filosofia Lean Healthcare, modelo de gestão em saúde que prioriza o cuidado ao paciente a partir da redução de desperdícios, de burocracias hospitalares e tempo de espera.
A mudança foi incorporada em todas as clínicas de internação, com exceção da UTI Pediátrica e UTI Neonatal. Nestes setores o projeto será implantado posteriormente devido à peculiaridade para administração de doses baixas ou pouco padronizadas.
A equipe também conduziu, em parceria com o setor de Educação Continuada, treinamentos com todos os profissionais de enfermagem sobre utilização correta dos medicamentos, além da validação das atividades pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e pela Segurança do Trabalho. Entre adaptação do espaço e compra de equipamentos, o hospital investiu cerca de R$ 10 mil.
Participaram da implantação do projeto os funcionários Aline Silvério, Bárbara Cruz, Cássia da Silva, Camila Rocha, Ingrid Dias e Victor Santana. Equipe de apoio: Fernanda Santos, Fernanda Magalhães, Gilvan Coelho, Michel Dantas, Thiago Leite e Valdenir dos Santos.
