Medicina ABC organiza reunião clínica sobre ‘vasculopatia livedoide’

Publicado em: 22/02/2018

Dor intensa e úlceras profundas nos pés e nas pernas estão entre as principais características da doença

 

Encontro foi comandado pelo pesquisador da Pós-graduação da FMABC e livre-docente em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Paulo Ricardo Criado

O Grupo de Atenção Integral a Doenças Raras da Faculdade de Medicina do ABC organizou, em 22 de fevereiro, a reunião clínica “Vasculopatia livedoide: o que sabemos e perspectivas”. O encontro no anfiteatro do Instituto Ideia Fértil, no próprio campus universitário, foi comandado pelo pesquisador da Pós-graduação da FMABC e livre-docente em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Paulo Ricardo Criado.

Conforme detalhado pelo especialista, a vasculopatia livedoide é uma doença com impacto significativo na qualidade de vida. Caracteriza-se pelo aparecimento de úlceras profundas nos membros inferiores e pela dor intensa. Ocorre preferencialmente em mulheres de meia-idade. “É uma doença complexa, que causa muito sofrimento aos pacientes, pois tem como característica marcante a dor. Ocorre em forma de múltiplas lesões nos pés e nas pernas, com úlceras profundas e surtos sucessivos, geralmente na época do verão”, explicou Dr. Paulo, ao acrescentar: “Essas feridas e as cicatrizes nas pernas podem constranger os pacientes, especialmente as mulheres. O problema pode levar à queda da autoestima, isolamento social e evoluir até mesmo para o quadro de depressão”.

O diagnóstico da vasculopatia livedoide geralmente é confirmado a partir de exame clínico, biópsia cutânea, ecodoppler venoso e arterial bilateral. Já o tratamento varia caso a caso e está diretamente ligado à experiência do médico, pois não existe nenhum medicamento específico com indicação descrita em bula. “Utilizamos o conhecimento científico disponível para o tratar os pacientes. São tratamentos conhecidos como ‘off label’, justamente pelo fato das medicações utilizadas não serem específicas para essa doença”, esclareceu Criado.

Entre as drogas empregadas estão anticoagulantes, drogas imunossupressoras, inibidores de trombose venosa profunda, analgésicos, entre outras. Paralelamente, um recurso empregado com resultados satisfatórios são as sessões de oxigenoterapia hiperbárica. “O principal sinal de que a terapia adotada está fazendo efeito é a cessação da dor, que ocorre logo nos primeiros dias de tratamento”, encerrou Dr. Paulo Criado.