Modernizado, CAPS Farina fortalece atendimento psicossocial em São Bernardo

Publicado em: 14/06/2019

Especializado no acompanhamento de pacientes com mais de 18 anos com transtornos mentais graves e persistentes, espaço já realizou 500 atendimentos em novo local

 

Pacientes participam de diversas oficinas terapêuticas – Foto: Omar Matsumoto/PMSBC

Com nova estrutura e endereço desde o fim de abril, o maior Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de São Bernardo, unidade Farina, localizado no bairro Nova Petrópolis, tem destacado a maior oferta de atendimentos especializados na cidade, e com um novo desafio: melhorar a metodologia do tratamento e inserir as famílias no acompanhamento dos pacientes.

O espaço, especializado no acompanhamento de pacientes com mais de 18 anos que apresentam transtornos mentais graves e persistentes, já realizou 500 atendimentos neste período.

“Estou extremamente orgulhoso com os primeiros resultados da unidade. Mais ainda porque herdamos esta obra paralisada e não só entregamos para a população, como estamos colhendo os primeiros frutos”, disse o prefeito Orlando Morando.

Segundo a psicóloga e coordenadora da unidade, Ana Tereza Delpoio, o primeiro desafio foi fazer com que os pacientes se encaixassem neste novo funcionamento. “O que nós fizemos foi implantar crachás para que todos fossem tratados pelo nome. Isso dignifica o tratamento e melhora o fluxo do sistema. Além do nome, no crachá estão os medicamentos que o paciente toma e os dias em que frequenta o local”, explicou.

Com serviço “porta aberta”, horário de atendimento das 7h às 19h e regime 24h para pacientes fixos, o equipamento oferece toda a infraestrutura para que o tratamento psicossocial seja mais humanizado. “Aqui eles passam em consulta com psiquiatra, fazem oficinas, recebem as três refeições diárias e as doses de remédio assistidas, aplicadas pelos enfermeiros. Cada processo é pensado de forma que faça parte do tratamento, mas de maneira lúdica para que o paciente possa retomar sua rotina naturalmente”, relatou a coordenadora.

Um dos primeiros pacientes a ser internado na nova unidade, José Cesário Luiz de Souza, de 57 anos, chegou no CAPS sem andar. Após um mês de tratamento, o paciente não apenas se locomove sozinho, como chegou de carro para sua consulta. “Ganhei vida nova, estava com os remédios desregulados e era muito agressivo. Ter sido cuidado aqui foi a melhor coisa que me aconteceu”, declarou o morador do Baeta Neves.

Para o secretário de Saúde, Dr. Geraldo Reple, o tratamento psicossocial se tornou tão importante quanto os de atenção básica. “Temos a maior rede do ABC e estamos preparados para atender com qualidade e dignidade, porque entendemos que é um serviço essencial e necessário”, adicionou.

Ao todo, a cidade conta 460 profissionais de atenção psicossocial, sendo 32 psiquiatras, 17 psicólogos, além de terapeutas ocupacionais, monitores de oficina terapêutica, acompanhantes terapêuticos, assistentes sociais, entre outros. As 34 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) possuem atendimentos psicológicos e atendimento psiquiátrico por meio de matriciamento realizado por médicos generalistas.