Programa contra hanseníase une efetividade na cura e combate ao preconceito

Publicado em: 12/02/2016

Hanseníase tem cura, desde que o tratamento seja feito com seriedade e levado até o final. Em São Bernardo, o Programa Municipal Controle da Hanseníase atinge 100% de cura nos casos que são tratados e acompanhados pela rede municipal de saúde. Porém, a falta de informação ainda gera preconceito.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria. As pessoas devem ficar atentas aos primeiros sintomas: manchas na pele que não doem, não incomodam e não coçam, dormência, formigamento, queda de pelos no local e falta de sensibilidade. Quanto mais cedo começa o tratamento, mais rápida é a cura.

Além da área médica, o programa conta com terapeuta ocupacional, assistente social e uma sapataria ortopédica para atender os pacientes. “Há muito preconceito por conta da falta de informação sobre a doença. Tanto que temos a assistente social para ajudar esses pacientes a se reintegrarem no mercado de trabalho”, disse a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, Dra. Carolina Barbosa Pellegrini Penna.

Segundo a médica, há casos de pacientes que escondem a doença da família por medo de serem discriminados. “Por conta disso, pessoas com sintomas evitam o diagnóstico, pois têm medo da reação das pessoas. Lembrando que, no Brasil, pacientes com hanseníase eram tratados em hospitais colônia e afastados do convívio social”, lembrou Dra. Carolina.

A coordenadora destacou que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura. “A pessoa pode ter o bacilo causador da doença e não saber, pois ele pode ficar encubado até sete anos sem se manifestar. A partir do diagnóstico, é necessário fazer exames nas pessoas que convivem com o paciente”, explicou.

A duração do tratamento depende do tipo de hanseníase e varia entre seis e 12 meses. Além disso, depois da alta médica, o programa ainda faz monitoramento de até cinco anos para evitar que a doença retorne.

SITUAÇÃO ESTÁVEL

Em São Bernardo, a quantidade de casos da doença é considerada estável. Em 2014 foram registrados 42 casos, sendo 31 novos. Em 2015, 34 casos, sedo 29 novos. “Há uma busca ativa por novos casos. As UBSs fazem campanhas de diagnóstico precoce, fazemos treinamento de agentes comunitários de saúde e de enfermeiros para que eles conheçam os sintomas da doença e encaminhem os possíveis casos positivos ao programa”, disse a coordenadora Dra. Carolina Barbosa Pellegrini Penna.

A transmissão da hanseníase acontece pelas vias respiratórias e, algumas vezes, pelo contato com lesões na pele. Para haver a transmissão é preciso conviver muito tempo com um portador que não esteja em tratamento. A hanseníase não mata, mas pode deixar sequelas graves, como atrofia e paralisia das mãos e pés. Nos olhos podem aparecer irritações, ardência, dores e até cegueira se a doença não for tratada.

Mais informações podem ser obtidas no Programa Municipal de Controle da Hanseníase por meio dos telefones 4353-1561 ou 4353-1562.