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Emílio Ribas do Guarujá realiza evento sobre febre amarela, dengue e chikungunya

Publicado em: 09/02/2018

“Panorama atual das arboviroses” será tema de ciclo de palestras em 28 de fevereiro, no Teatro Municipal Procópio Ferreira (Crédito: James Gathany/CDC)

Parceria entre a Fundação do ABC e o Governo do Estado, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas II, no Guarujá, organiza em 28 de fevereiro (quarta-feira) a 9ª edição do ciclo de palestras para orientação e conscientização de profissionais da saúde. O tema pautado para a ocasião será “Panorama atual das arboviroses – febre amarela, dengue e chikungunya”. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site www.emilioribasbs.org.br. Para o dia do evento, pede-se a doação de um quilo de alimento não perecível, que será entregue a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Destinado a profissionais e estudantes da área da saúde, agentes comunitários e conselheiros de saúde, o evento das 9h às 13h terá lugar no Teatro Municipal Procópio Ferreira (Av. D. Pedro I, 350, Tejereba – Guarujá).

Entre os temas pautados para o ciclo de palestras estão as características principais das doenças, prevenção, diagnóstico e tratamentos, entre outras informações. Os palestrantes convidados são o professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Dr. Juvencio José Duailibe Furtado, e o médico infectologista do Emílio Ribas II, Dr. Marcos Montani Caseiro, que é pesquisador em Infectologia e professor do Centro Universitário Lusíada de Santos. Também estão confirmadas presenças de representantes da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) e do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Santos.

FEBRE AMARELA

O vírus da febre amarela habitualmente afeta macacos, que são considerados reservatórios silvestres. Os próprios mosquitos da região com circulação do vírus picam os macacos e transmitem o vírus para outros macacos. Por essa razão, quando há registro de mortes de macacos além da quantidade habitual, deve-se acender o alerta de febre amarela para os humanos.

“O vírus que infecta os macacos é o mesmo que atinge os humanos. Entretanto, o mosquito é diferente. Se uma pessoa entrar em uma floresta e for picada por mosquitos silvestres transmissores, ela pode ser contaminada pela febre amarela silvestre. Contudo, se uma pessoa com febre amarela silvestre vem para a cidade e é picada pelo mosquito Aedes aegypti, existe a possibilidade desse mesmo mosquito transmitir o vírus para outras pessoas, no caso, caracterizando a urbanização da febre amarela”, explica o Dr. Juvencio Furtado.

Segundo o especialista, a vacina contra a febre amarela é antiga, segura e pode ser empregada a partir dos 9 meses de idade. A dose padrão não precisa de reforço e é válida por toda a vida. Já a dose fracionada, que começou a ser disponibilizada em larga escala neste ano, “é uma medida inteligente de saúde pública”, que visa aumentar o alcance da vacinação e o número de pessoas beneficiadas. “A vacina fracionada é igualmente eficaz e não apresenta riscos. No entanto, ainda não se sabe ao certo o tempo que a imunidade persistirá. Nos estudos realizados com dose fracionada, o acompanhamento foi de oito anos. Por essa razão, é possível que seja necessária a revacinação após esse período. Entretanto, também existe a possibilidade de que a nova dose não seja necessária”, detalha o professor da FMABC.

Os sintomas iniciais da doença incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas desenvolvem doença grave, podendo vir a óbito.

Mulheres grávidas só devem se vacinar quando o risco de adquirir a doença for grande. Também há contraindicação da vacina para pessoas com imunodeficiência avançada. Não é o caso de pacientes diabéticos, por exemplo, que podem se vacinar, desde que tenham o diabetes controlado e que tenham indicação para a vacina.

Além da vacinação, as medidas preventivas contra a febre amarela incluem a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e também da dengue, zika vírus, febre chikungunya e do vírus Mayaro.