Docente da Medicina ABC integra debate sobre tráfico de mulheres

Publicado em: 08/02/2019

Oficina teve apoio do Centro de Estudos em Saúde Coletiva do ABC (CESCO)

 

Silmara Conchão é professora e vice-coordenadora do departamento de Saúde da Coletividade da FMABC

A professora e vice-coordenadora da Comissão de Extensão (COMEX) e do departamento de Saúde da Coletividade da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Silmara Conchão, participou dia 8 de fevereiro da oficina “Tráfico de Mulheres e Meninas: educação popular feminista para implementar políticas públicas”. A iniciativa é da Associação Mulheres pela Paz e teve apoio do Centro de Estudos em Saúde Coletiva do ABC (CESCO), da FMABC. O evento ocorreu no Hotel Plaza Mayor, em Santo André, e foi direcionado a lideranças de movimentos sociais e universidades.

O objetivo da iniciativa é ampliar a discussão sobre o tema do tráfico de mulheres dentro do movimento feminista e na sociedade, com foco no embasamento de políticas públicas de prevenção, repressão, responsabilização e atendimento às vítimas.

O mais recente relatório global sobre tráfico de pessoas, divulgado em janeiro pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, mostra um número recorde de casos detectados em 2016, mas também a maior taxa já registrada de condenação de traficantes. A maior parte das vítimas identificadas globalmente é para exploração sexual, especialmente nas Américas, Europa, leste da Ásia e Pacífico. Geralmente atraídas por falsas promessas de emprego, as vítimas são forçadas a trabalhar em regime análogo à escravidão. Enquanto em 2003 menos de 20 mil casos foram registrados, o número subiu para mais de 25 mil em 2016. Segundo a entidade, existem 460 rotas de tráfico de pessoas entre países ou dentro de regiões diferentes de um mesmo país.

“Este fenômeno atinge majoritariamente mulheres jovens, mulheres trans, crianças e adolescentes, afrodescendentes e moradoras de áreas carentes. A pobreza, a desigualdade e a miséria de um país colocam estas pessoas em situação de extrema vulnerabilidade e alvo fácil do mercado da exploração sexual e tráfico de pessoas”, analisa Silmara Conchão.

Entre outras formas de tráfico de pessoas estão: meninas forçadas ao casamento, crianças para adoção ilegal, criminalidade forçada e remoção de órgãos. O evento também trará discussão de temas como vulnerabilidade de mulheres negras; orientação sexual e identidade de gênero como fatores agravantes; recomendações de ações e políticas públicas, além de discussões de grupos e plenárias. Denúncias sobre tráfico de pessoas podem ser feitas para o Disque 100 (Direitos Humanos) ou Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher).