Publicado em: 09/11/2018
Um modelo de atendimento diferenciado para crianças com autismo foi apresentado, no início de novembro, aos profissionais de saúde que atuam na rede básica e no Complexo Hospitalar Irmã Dulce, em Praia Grande. Denominado Serviço de Intervenção Precoce no Transtorno do Espectro Autista (SIPTEA), a iniciativa visa oferecer atenção e cuidados na fase infantil para evitar complicações futuras. As equipes foram orientadas sobre como fazer a busca de casos durante atendimento de rotina nas unidades de saúde para encaminhamento adequado.
Pouco praticado no Brasil, o serviço foi inaugurado no Centro Especializado em Reabilitação (CER), da Secretaria de Saúde Pública, em setembro, e atende atualmente cerca de 70 crianças com idade de até três anos. O SIPTEA é considerado uma ideia inovadora em relação às terapias convencionais, já que prevê um trabalho multidisciplinar simultâneo com crianças que apresentem risco para o autismo, antes mesmo do diagnóstico oficial.
De acordo com uma das palestrantes, a assistente social Amanda Prado Honorato, o atendimento interprofissional é feito por fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. “A intervenção de todos os profissionais de forma conjunta com a família é um modelo mais eficiente que o modelo ambulatorial, em que a criança é trabalhada por cada profissional separadamente sem a participação da família. Em casa, como na escola, esses ambientes naturais recebem capacitação para continuidade da intervenção”, disse.
Além de auxiliar os pais na identificação de sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a medida possibilita cuidados cruciais na faixa etária em que a criança com autismo atinge o máximo de seu desenvolvimento cerebral, evitando o comprometimento da evolução da assistência.
Segundo a terapeuta ocupacional, Taís Caetano de Vasconcelos, que também abordou o tema no evento, o serviço inovador está sendo implantado em Curitiba, São Paulo e agora em Praia Grande. “O objetivo do treinamento com as equipes de saúde é articular a rede de cuidados entre unidades de saúde, incluindo também as escolas para alcançar melhor resultado”, destacou.
Para a enfermeira responsável pelo setor de Educação Continuada, Fabiana Dourado, a apresentação do tema aos profissionais de saúde ajuda a complementar as ações do SIPTEA. “As equipes estarão orientadas a entregarem um questionário do Ministério da Saúde, que busca identificar o autismo precocemente, principalmente quando os pais forem levar as crianças para vacinação”, salientou. A palestra também foi ministrada pela assistente social do CER, Ana Paula da Cunha Quintão.