Na Semana de Compostagem 2022, celebrada nacionalmente no início de maio, o Hospital Nardini de Mauá reuniu profissionais para discutir sobre os resíduos orgânicos gerados na cozinha da unidade e orientar sobre a destinação final dos mesmos por meio da técnica de compostagem.
As equipes foram orientadas sobre o “Método Lages de Compostagem”, desenvolvido pelo professor Germano Guttler, do departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que visitou o hospital recentemente. A técnica consiste em ensinar as pessoas a fazerem, em casa, a compostagem dos resíduos em um vaso compostor com uso de garrafas pets para reciclar o próprio lixo orgânico.
“Anteriormente a compostagem era feita do modo convencional. Mas, quando o professor e o Pedro visitaram o hospital e apresentaram o novo método, mudamos o processo por ser mais fácil e não precisar dispor de muito tempo para a mão de obra. Todo material encaminhado é pesado e monitoramos todas as etapas para controlar qualquer surgimento de pragas”, explica a analista de Meio Ambiente do hospital, Eliesse Oliveira.
Participaram da reunião colaboradores do Hospital Nardini das áreas de Suprimentos, Higienização, Manutenção e Nutrição, além da empresa terceirizada Grupo Soberana Serviços; o representante da área de Sustentabilidade da Fundação do ABC, Pedro Charles; os engenheiros ambientais e consultores, Priscila Bolcchi e Waldecir Gonçalves Soares; e os funcionários do Hospital da Mulher, de Santo André: os técnicos de segurança do trabalho, Jair Vieira de Melo e Ricardo Henrique de Oliveira, e o líder de Hotelaria, José Maciel Aprigio.
NUTRARTE SBC
Também em alusão à Semana da Compostagem, as equipes do Núcleo de Trabalho e Arte (Nutrarte), ligado à Rede de Atenção à Saúde Mental da Secretaria de Saúde de São Bernardo, instalaram este mês a quinta caixa de “minhocultura”, possibilitando ampliar o processo de compostagem para comportar um volume maior de resíduos orgânicos. O serviço coordena oficinas terapêuticas com pacientes da Rede de Saúde Mental do município nas áreas de marcenaria, horta, salão de beleza, brechó, estamparia, artes visuais e alimentação.
A ação de compostagem, além de contribuir com a saúde do meio ambiente, beneficia diretamente o grupo de geração de renda a partir da venda do húmus (produto resultante da matéria orgânica decomposta) e das minhocas produzidas nas caixas. Todo o processo conta com a participação de usuários da Oficina de Horta, sob orientação de um monitor de oficina responsável.
SEMANA DA COMPOSTAGEM
A 2ª edição da “Semana da Compostagem Brasil – Planta Feliz” é realizada pelo Instituto Lixo Zero Brasil e o grupo Composteiros do Brasil. Trata-se de uma plataforma de mobilização social criada para quebrar paradigmas, orientar, ensinar e tirar dúvidas sobre a prática de reciclagem de resíduos orgânicos. O evento tem por objetivo incentivar as práticas e enaltecer os benefícios da compostagem para as pessoas, comunidades, empresas, instituições, governos, cidades e sociedade em geral. Mais informações pelo site www.semanadacompostagem.com.br.
MÉTODO LAGES
O processo é simples. O professor ensina as pessoas a fazerem, em casa, um vaso compostor em garrafa pet de 5 litros para reciclar o próprio lixo orgânico. As camadas de resíduos devem ser furadas, três vezes por semana, para receber oxigênio. Não é preciso irrigar. Após duas semanas, é possível plantar verduras, legumes, ervas, flores, entre outros, sobre as camadas. O método também pode ser realizado em canteiros de alvenaria de cerca de 10m², a depender da estrutura do local.
Desde a criação, em 2013, a técnica vem sendo difundida em escolas da rede pública do município catarinense de Lages – que dá nome ao método –, além de residências, instituições e até em presídios. Com isso, milhares de resíduos orgânicos deixaram de ser despejados nos já sobrecarregados aterros municipais.
A última análise do lixo da cidade mostra que o programa de compostagem que o autor do projeto lidera conseguiu reduzir a 21% a porcentagem de lixo orgânico enviada ao aterro da cidade em 2020. Dez pontos percentuais abaixo de 2019. A técnica gera adubo de ótima qualidade para hortas orgânicas ou jardins internos.
