Medicina ABC organiza evento sobre ‘Panorama geral da febre amarela no Brasil’

Publicado em: 05/04/2018

Encontro em 9 de abril contará com explanações do atual secretário de Estado da Saúde, Dr. David Uip, e do ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Juvencio Furtado

 

Diretor-geral da FMABC e secretário de Estado da Saúde, Dr. David Uip

A Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) será palco em 9 de abril (segunda-feira) do encontro “Panorama geral da febre amarela no Brasil”. A atividade das 11h30 às 13h30 contará com palestras do diretor-geral da FMABC e atual secretário de Estado da Saúde, o infectologista Dr. David Everson Uip, e do professor de Infectologia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Juvencio Duailibe Furtado.

Após breve aula introdutória, Dr. Juvencio Furtado será o primeiro com a palavra, com explanação sobre “Etiologia da febre amarela”. Em seguida, Dr. David Uip abordará a “Situação atual da febre amarela no Brasil”.

Organizada pelo Diretório Acadêmico Nylceo Marques de Castro, a atividade terá lugar no anfiteatro do Centro de Pesquisas CEPES, no próprio campus universitário da FMABC (Av. Lauro Gomes, 2.000, Vila Sacadura Cabral, Santo André – SP). A entrada é gratuita. Mais informações pelo endereço comunicacao@danmc.com.br.

FEBRE AMARELA

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido por mosquitos tanto na área silvestre, como na área urbana. Quando infectada, a pessoa apresenta quadro sintomático inespecífico, com febre, dores de cabeça e dores no corpo. Em estágio mais avançado, a doença acomete principalmente o fígado, provocando icterícia (pele amarelada) e outras complicações hepáticas.

Professor e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Juvencio Furtado

Recentemente, os casos de febre amarela silvestre, transmitida pelo mosquito Haemagogus, colocaram em alerta grande parte da população. Em regiões de mata, foram registradas diversas mortes de macacos por conta da contaminação do vírus. É importante lembrar que esses animais são sentinelas da doença e ajudam a mapear as regiões em que ocorre a circulação do vírus. Os humanos, por sua vez, não fazem parte deste ciclo, mas, quando infectados, se tornam acidentalmente portadores do vírus.

A ocorrência de casos no Estado de São Paulo chamou a atenção sobre a importância de desenvolver e aprimorar políticas públicas voltadas para a prevenção da doença. Nos últimos anos, foi realizado trabalho baseado em pacto federativo com o Ministério da Saúde e com os municípios paulistas. A partir daí, foram definidas estratégias fundamentadas na separação de funções com objetivos comuns entre os órgãos.

CAMPANHA EM ANDAMENTO

Desde o início de 2016, a Secretaria de Estado da Saúde tem intensificado as ações de enfrentamento da febre amarela, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação. Somente em 2017 foram imunizados cerca de 7 milhões de paulistas, contra 7,6 milhões no período entre 2007 e 2016.

Desde a década de 1930, a vacina é a maneira mais eficaz para prevenir a doença. Ela é gratuita e está disponível nos postos de saúde dos municípios. O esquema vacinal para a dose padrão é composto por dose única, válida por toda a vida. A recomendação veio da Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir de 2014. Até então, a orientação da instituição era de que a vacina deveria ser reforçada após 10 anos.

A campanha estadual iniciada neste ano é realizada com dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado, assim, 0,1 mL da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos, e pesquisas em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação têm um selo especial para informar que a dose aplicada é a fracionada.

As áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas pelo Governo do Estado, desde o início de 2016. Dessa forma, para quem mora ou vai viajar para uma região de risco e ainda não se imunizou, é importante que procure o posto de saúde mais próximo da residência. Atualmente, 575 dos 645 municípios paulistas têm vacinação em curso (com informações do SP Notícias / Governo do Estado de São Paulo).