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Com parceria inédita do AME-SA, ação realizada pela Cabelegria no Hospital Estadual Mário Covas atendeu dezenas de mulheres

Dia 30 de junho o estacionamento do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, se transformou em um espaço de acolhimento e cuidado. Das 9h às 16h, a ONG Cabelegria realizou uma ação voltada para pacientes oncológicos e pessoas com patologias que causam queda de cabelo, oferecendo doação de perucas, serviços de maquiagem e colocação de unhas postiças.

A iniciativa atendeu dezenas de pessoas, sendo a primeira vez que o AME Santo André participou como parceiro da ação. Embora a Cabelegria já realize atividades no Hospital Mário Covas duas vezes por ano, a parceria com o AME ampliou o alcance do projeto, beneficiando pacientes de ambas as unidades de saúde.

A estrutura montada no local incluía um toldo e um caminhão adaptado com mostruário de perucas e posto de maquiagem. Durante o evento, foram doadas 13 perucas confeccionadas com cabelos arrecadados anteriormente pela ONG, além de realizados quatro cortes de cabelo para novas doações, como fez Rosângela Maria Cruz, de 60 anos, que compareceu especificamente para ceder suas madeixas. A equipe também recebeu 13 mechas já cortadas de pessoas que quiseram contribuir com a causa.

O trabalho da Cabelegria vai além da simples doação de perucas. Fundada em 2013 pelas amigas Mariana Robrahn e Mylene Duarte, a organização se tornou uma das maiores ONGs de arrecadação de cabelo do país, com mais de 500 mil doações recebidas. Nesses anos de atuação, já confeccionou e doou mais de 15 mil perucas, além de gerar renda para nove costureiras.

“O nosso trabalho vai muito além de doar uma peruca. A gente doa acolhimento, carinho e esperança. Ver o brilho nos olhos, os sorrisos e, muitas vezes, as lágrimas de emoção de quem recebe uma peruca, é algo que não tem preço. Sabemos que não estamos apenas entregando cabelo. Estamos devolvendo parte da identidade e da autoestima de quem está passando por um momento tão difícil como o tratamento oncológico”, explica Juliana Souza, diretora da Cabelegria.

O impacto da ação pôde ser percebido no depoimento de Elaine da Silva, de 49 anos, que faz quimioterapia para tratar câncer no colo do útero. “Estou admirada. Quando chegou esse caminhão aqui, já fiquei emocionada. Vim às 5 horas da manhã para pegar a minha senha, para não perder as coisas. Eu falei para elas (as voluntárias, a maioria de mulheres) que estão de parabéns pelo trabalho e eu fico muito admirada, muito feliz, sinceramente. Aumentou a minha autoestima em 100%”, relatou após receber peruca, fazer maquiagem e colocar unhas postiças.

PARCERIA

Para Victor Chiavegato, diretor-geral do AME Santo André, a parceria representa um marco no cuidado humanizado. “É com grande satisfação que realizamos essa ação. Foi um momento de cuidado e acolhimento no qual os pacientes do AME participaram de uma iniciativa voltada para o autocuidado e a valorização da autoestima das pacientes. Essa ação representa nosso compromisso com a humanização, olhando para além da doença, respeitando suas histórias, emoções e dignidade. A ação teve como objetivo trazer esperança e força para que as pacientes possam seguir seus tratamentos mais fortalecidas”, destacou.

Atualmente, a Cabelegria enfrenta como principal desafio a captação de recursos financeiros. Embora receba grande quantidade de doações de cabelo, o processo de confecção das perucas é manual e artesanal, demandando investimento significativo para manter a qualidade e garantir que cada peça proporcione dignidade e bem-estar aos beneficiários. A cada R$ 100 em doação é possível produzir uma unidade do acessório.

A organização tem planos de expandir suas ações para outras regiões do país, buscando estar mais próxima dos pacientes e oferecendo não apenas perucas, mas também acolhimento e escuta. Quem deseja apoiar o trabalho da ONG pode acessar o site www.cabelegria.org para obter informações sobre doações financeiras e de cabelo.

Além da confecção de perucas, a Cabelegria desenvolve projetos voltados ao empoderamento feminino, acesso à informação, promoção da saúde física e emocional, e geração de renda, sempre com foco no resgate da autoestima de pessoas em tratamento oncológico e das que enfrentam doenças que causam queda de cabelo.