O Programa de Internação Domiciliar (PID) de São Bernardo foi selecionado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS) como uma das experiências que podem servir de modelo para todo o país. O conjunto de práticas adotadas pela cidade é detalhado na publicação “Atenção Domiciliar no SUS: Resultado do Laboratório de Inovação em Atenção Domiciliar”, que reúne práticas exitosas em 10 municípios brasileiros.
Desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde, o estudo realizou, ao longo de um ano, visitas in loco, entrevistas com gestores e troca de experiências entre os serviços selecionados e especialistas na área. O objetivo é impulsionar, em todo o país, a adoção da atenção domiciliar de maneira que substitua ou complemente as demais modalidades – como a hospitalar e a ambulatorial.
Em São Bernardo, o PID foi implementado em 2009 e atende, em casa, cerca de 300 pacientes estáveis com quadro clínico complexo. A prática humanizada é a base do atendimento, realizado por equipes multiprofissionais formadas por médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, assistente social, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e nutricionista. Eles realizam visitas periódicas, conforme a necessidade, e prestam assistência não só ao paciente, mas à família, dando todo o suporte e treinamento necessário aos cuidadores.
A publicação da OPAS destaca como práticas inovadoras do PID em São Bernardo o Sistema de Classificação de Pacientes (SCP). Já na primeira avaliação, antes da alta hospitalar, cada profissional da equipe do programa classifica o paciente conforme a categoria de cuidados – mínimos, intermediários ou intensivos –, o que vai determinar o plano de atenção domiciliar. A partir desse conceito são definidas a frequência das visitas que o paciente receberá de cada especialista e também a quantidade de insumos e medicamentos necessários ao atendimento.
Outra característica do serviço elogiada pela publicação é que o PID conta com um enfermeiro gestor de campo e intercorrências, que recebe diariamente o relato dos atendimentos de todos os profissionais, registra os dados em planilha e consegue garantir, com segurança e agilidade, visitas não rotineiras, insumos não programados e reavaliações de casos, além de determinar as prioridades e organizar as agendas dos profissionais. Com isso, foi possível dobrar o número de pacientes atendidos por uma mesma equipe.
A secretária de Saúde de São Bernardo, Odete Gialdi, afirmou que o PID ajudou a administrar a situação de déficit de leitos na cidade, ao mesmo tempo em que propiciou outra vivência do paciente com seus familiares, redescobrindo vínculos e afetos. “Ver nosso trabalho reconhecido e divulgado para servir de exemplo a outros municípios renova nossas forças e revigora nossa fé em uma saúde melhor”.
