Praia Grande incentiva busca ativa de gestantes em situação de vulnerabilidade social

Publicado em: 13/04/2018

Ausência de pré-natal e doenças pré-existentes são algumas das dificuldades encontradas por profissionais das UBSs

 

Responsável pelo programa Rede Cegonha no município, Dra. Solange Cavalhieri ministrou treinamento sobre o tema para equipes da Rede de Atenção Básica

Com foco na proteção da saúde materno-infantil em Praia Grande, o Complexo Hospitalar Irmã Dulce (CHID) promoveu em março treinamento específico para funcionários da Rede de Atenção Básica do município. O objetivo é reforçar a assistência a gestantes, especialmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social. A ausência de pré-natal e as doenças pré-existentes são algumas das dificuldades enfrentadas pelas equipes.

Em treinamento na sede da Faculdade do Litoral Paulista (FALS), bairro Canto do Forte, a médica responsável pela Saúde da Mulher e pela Rede Cegonha no município, Dra. Solange Cavalhieri, destacou a importância do acompanhamento como forma de prevenção contra a mortalidade de mães e bebês durante o parto. “Com a devida observação sobre o contexto do histórico da paciente, é possível resguardar a saúde de ambos”, ressaltou.

Condições adversas que prejudicam o resultado do trabalho dos profissionais de saúde na atenção materno-infantil também foram discutidas no evento. Entre as causas da mortalidade ou da prematuridade estão as patologias pré-existentes como diabetes, hipertensão, infecções urinárias e vaginais. “Infelizmente, muitas dessas causas são motivadas por problemas enfrentados por pacientes em situação de grande vulnerabilidade social, algumas inclusive usuárias de drogas”, disse.

Apesar das dificuldades, Dra. Solange Cavalhieri conclui que mesmo após constatação tardia de uma gravidez de alto risco, é possível preservar a vida da mãe e o bebê. “O trabalho só poderá ser prejudicado caso a gestante chegue ao hospital quando já não há mais o que fazer. Por isso, para uma assistência pré-natal ideal, é importante que o médico generalista e as equipes realizem busca ativa para identificar esses casos”.

A médica aproveitou para abordar a importância da vacinação contra a meningite e o HPV, ambas indicadas para pacientes no início da adolescência – de 9 a 14 anos para as meninas, e de 11 a 14 anos, para os meninos. “É importante orientar os pais de que a vacina contra o HPV, por exemplo, não tem nada a ver com sexo. Trata-se de uma prevenção para vida toda no combate ao câncer de colo de útero”.

As capacitações são coordenadas pela enfermeira Liliana Vaz de Lima, diretora da Divisão do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS) da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), em parceria com o setor de Educação Continuada do CHID, a cargo da enfermeira Fabiana Dourado.