Oficinas de capacitação preparam usuários do CAPS para empreender

Publicado em: 05/09/2014

Sete oficinas de capacitação oferecidas pelo Núcleo de Trabalho e Arte da Rede de Atenção Psicossocial de São Bernardo do Campo (Nutrarte) estão beneficiando 170 pacientes atendidos pelo sistema de saúde mental do município. Temáticas, as oficinas têm como objetivo despertar o empreendedorismo nos participantes.

No momento estão em funcionamento oficinas de camisetas personalizadas, de bolsas, sacolas e utensílios, a Cia. Nó Cego de palhaços, de design gráfico, de artesanato, de pastelaria e de produção de móveis com paletes – todas realizadas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, que são administrados em parceria com a Fundação do ABC.

Mesmo com apenas três meses de atividades, a oficina de móveis já recebe pedidos de em larga escala. “Os primeiros resultados dessa oficina foram expostos em alguns locais e colocamos em uma página na rede social. Bastou para que os primeiros pedidos chegassem”, conta o coordenador do Nutrarte, Marcos Silveira de Almeida.

Um dos participantes dessa oficina é R.C.A., que já trabalhou com móveis e hoje troca experiências com os oficineiros. Além disso, o usuário do CAPS destacou que não descarta a possibilidade de ter a oficina como forma de geração de renda. “Também aprendo muito aqui na oficina, pois tem toda uma parte de decoração dos móveis que não conheço”, disse.

Reinserção social

A ideia de realizar as oficinas surgiu em 2012, como forma de ajudar a reinserção social de pacientes da rede de saúde mental, assim como de auxiliar na formação de fonte de renda. “Uma coisa casou com a outra, pois alguns não tinham renda ou o que recebiam era muito pouco. Além disso, ajuda na ressocialização dessas pessoas”, explica o coordenador.

Os temas para as oficinas surgem em primeiras conversas entre o coordenador do Nutrarte e os usuários do CAPS. “Buscamos o interesse comum entre essas pessoas e, a partir daí, criamos as oficinas. Pensamos como será a produção do material e despertamos o espírito empreendedor, para que depois as atividades gerem renda”, detalha Marcos Silveira.

A estimativa de tempo para que a ideia passe de oficina para geração de renda é de três anos, sendo que também há o apoio da incubadora de empresas da Universidade Metodista. As oficinas que começaram em 2012 já ajudam na renda de seus participantes. É o caso da pastelaria e da loja de artesanato, que funcionam em espaço no Centro de Trabalho e Renda (CTR), um dos parceiros do projeto.