Publicado em: 24/01/2014
Solenidade contou com prestígio de prefeitos e do secretário de Saúde do Estado, além dos secretários das três cidades mantenedoras da FUABC
Fundação do ABC e Faculdade de Medicina do ABC organizaram em 23 de janeiro sessão solene para posse, respectivamente, de Marco Antonio Santos Silva e Adilson Casemiro Pires. O evento no Anfiteatro David Uip contou com presenças dos prefeitos Paulo Pinheiro, de São Caetano, Gabriel Maranhão, de Rio Grande da Serra, Kiko Celeguim, de Franco da Rocha, e José Mauro Orlandini, de Bertioga. Deputados, vereadores e representantes de classe, entre outras autoridades, também prestigiaram a solenidade, assim como o secretário de Estado da Saúde, Dr. David Uip, e os três secretários de Saúde do ABC – Homero Nepomuceno Duarte, Arthur Chioro e Sallum Kalil Neto, respectivamente.
A abertura do evento esteve à cargo do presidente da FUABC na gestão 2012-2013, Mauricio Mindrisz, que agora assume a vice-Presidência da instituição: “Agradeço, de coração, a todos os funcionários. Foram muitas as conquistas no período, mas ainda temos grandes desafios”, revelou Mindrisz ao enumerar: “Precisamos criar política salarial, sobretudo para médicos, a fim de evitar competição entre as unidades da FUABC em diferentes municípios. Neste início de ano também estamos encaminhando a documentação em busca de tornar a Medicina ABC um Centro Universitário. Além disso, acredito que devemos retomar as discussões sobre participarmos da criação de uma faculdade de medicina em São Bernardo”.
Ao tomar posse, o novo presidente da Fundação do ABC ressaltou a necessidade de firmar compromisso efetivo entre mantenedora e mantidas, a fim de aumentar a receita da FUABC para viabilizar novos projetos, melhorar serviços e processos, além de investir em qualificação profissional. “A Fundação do ABC é uma Organização Social de Saúde, e como tal proporciona todo um pacote de benefícios às mantidas e aos municípios onde estão instaladas. Fala-se de orçamento anual projetado de 1,5 bilhão de reais para a FUABC, mas à mantenedora cabe apenas cerca R$ 15 milhões. Para 2014, projetamos auferir no máximo R$ 16,6 milhões, valor ainda muito aquém das necessidades da mantenedora e das possibilidades das mantidas, que usufruem dos benefícios legais proporcionados por uma OSS, sem fins lucrativos, de caráter filantrópico”, reforçou Marco Antonio, ao exemplificar: “A média de 1% de dividendo não condiz com a economia mínima de 26,8% nos gastos com pessoal que beneficia as mantidas. Somados os últimos 6 anos, só essa isenção previdenciária passou de R$ 800 milhões em todas as mantidas, sem que a Fundação, responsável direta por essa economia de recursos, tivesse um mínimo de contrapartida”.
Apesar disso, no campo jurídico a Fundação do ABC responde solidariamente perante todas as contratações das mantidas. “O financiamento de tudo isso precisa ser rediscutido, com o compromisso pelo futuro. A FUABC delega poderes aos gestores locais, mas é responsável pelos atos praticados, dívidas e até mesmo por problemas de ordem clínica. E não dispõe de um fundo para enfrentar eventuais ações nesses casos. O quadro torna-se ainda mais preocupante quando vemos que o total de colaboradores chegou neste janeiro de 2014 a 16.926 pessoas, contando-se terceirizados e autônomos. O total de funcionários diretos é 15.649”, destacou.
Além do aumento da receita, Marco Antonio Santos Silva iniciou o mandato com boas notícias aos colaboradores: “Assumo o compromisso, nesta gestão que se inicia, de promover política de qualificação profissional, com objetivo de colocar à disposição dos gestores das mantidas pessoal altamente treinado para colaborar com a solução de problemas e oferecer propostas modernas e eficientes para o sucesso de seus equipamentos”.
Em relação à FMABC, o novo presidente anunciou que terá como meta criar condições adequadas para o “investimento firme em pesquisa, com o quê nossa Faculdade não apenas terá condições de oferecer melhores, mais avançados e eficazes tratamentos aos pacientes, como também auferir receitas com o oferecimento de serviços nos mais variados níveis possíveis a partir dessas mesmas pesquisas”. Segundo o presidente, o objetivo maior é chegar à Universidade da Saúde do ABC.
Eleito em votação unânime do Conselho de Curadores da Fundação do ABC, Marco Antonio Santo Silva comandará a FUABC no mandato 2014-2015. Dentro da gestão tripartite da instituição, as prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano se revezam na administração a cada dois anos. O novo presidente foi indicado pelo prefeito sancaetanense Paulo Pinheiro e terá como vice Mauricio Mindrisz, seu antecessor na gestão 2012-2013. Na Secretaria-Geral permanece Dr. Jurandyr José Teixeira das Neves, ex-aluno da Faculdade de Medicina do ABC e atual secretário-adjunto de Saúde de Santo André.
Economista e administrador pós-graduado em educação, Marco Antonio está na Fundação do ABC desde o início de 2013, quando assumiu a vice-Presidência. Ex-secretário de Governo do prefeito Paulo Pinheiro, o gestor traz na bagagem quase 40 anos de experiência empresarial e 19 anos à frente da USCS – 15 anos como diretor e outros 4 como vice. Comandou todo o processo que permitiu transformar o instituto isolado IMES em Universidade de São Caetano do Sul.
Qualificação docente será foco da Medicina ABC
Reeleito em votação expressiva da Congregação da FMABC, o cirurgião torácico Adilson Casemiro Pires estará à frente da Faculdade de Medicina do ABC na gestão 2014-2017 e buscará, principalmente, desenvolver políticas com foco na qualificação docente. “Buscaremos aperfeiçoar a qualidade dos saberes ensinados na FMABC, com incentivo importante à qualificação docente, pois queremos cursos ainda melhores”, destacou o diretor, que agradeceu o apoio inicial de todos que acreditaram no trabalho e que, neste momento, dão oportunidade para continuidade.
“Assumi a faculdade em período de grande dificuldade e sob intervenção da mantenedora. Os cursos, apesar da alta qualidade, não se sustentavam pelo baixo número de alunos. Por essa razão resolvemos transformar a gestão”, lembrou Dr. Adilson, que detalhou: “Saímos de uma administração pessoa- dependente para o modelo processo-dependente. Se um gestor ou até mesmo o diretor deixar hoje a faculdade, os trabalhos seguem. A instituição não para. Até então, a gestão estava vinculada às chefias dos setores. Tudo ficava centralizado nas mãos de poucas pessoas. Hoje temos administração moderna, baseada em processos, o que imprime agilidade à instituição, melhor divisão de tarefas e organização, assim como eficiência, que permitiu duplicarmos a receita em menos de 4 anos”.
Entre os destaques do primeiro mandato estão a diversificação e aumento das receitas, assim como o equilíbrio das finanças da instituição. “Hoje atingimos equilíbrio econômico-financeiro e administrativo, mas não foi fácil colocar a ‘casa’ em ordem. Há 4 anos, a receita acadêmica representava cerca de 70% da receita total da Faculdade de Medicina do ABC. Éramos completamente dependentes das mensalidades dos alunos, com muito pouco recurso para investimentos e novos projetos. Hoje a receita acadêmica representa apenas 30% do total. Realizamos incentivo importante na área de pesquisa clínica e crescemos na prestação de serviços e na assessoria em saúde. Além disso, aumentamos a Pós-graduação e as parcerias com instituições nacionais e internacionais para capacitação profissional. Também iniciamos atendimentos no campus por meio de operadoras de saúde. Graças à essa diversificação de serviços, a instituição cresceu. Saímos de orçamento anual da ordem de R$ 30 milhões para administramos hoje cerca de 70 milhões”, calcula o diretor reeleito.
Segundo o diretor, o projeto para adequação da instituição como centro universitário terá continuidade e entre as ações previstas para 2014 está o aumento de 50 vagas no curso de Medicina e a abertura de duas novas graduações: Tecnologia em Gestão Hospitalar e Tecnólogo em Radiologia.
“Sou ex-aluno e sinto enorme gratidão por essa faculdade, que foi um divisor de águas em minha vida. Desde o ano 2000, quando fui aprovado em concurso para professor titular de Cirurgia Torácica, almejo ser diretor. Esses 4 anos foram a realização de um sonho e amadureci muito”, revelou Dr. Adilson, que também agradeceu a amizade, parceria, comprometimento e competência do Dr. Marco Akerman, vice-diretor no primeiro mandato. Nesta segunda etapa, Pires terá a seu lado o coordenador de Graduação e do curso de Gestão em Saúde Humana, Dr. Fernando Luiz Affonso Fonseca, a quem classificou como “um dos maiores cientistas do país”.