Ex-aluna da Medicina ABC conclui doutorado na Holanda

Publicado em: 05/09/2019

Mariana Gaya da Costa foi contemplada com uma bolsa de estudos do programa Ciência Sem Fronteiras

A ex-aluna do curso de Medicina do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) de Santo André, Mariana Gaya da Costa, conquistou seu título de doutora na Universidade de Groningen, na Holanda. A tese “Ativação do sistema complemento em doença renal crônica e diálise” foi defendida em junho.

Contemplada com uma bolsa de estudos do Ciência Sem Fronteiras, programa do governo federal que financia a expansão da ciência e tecnologia por meio de intercâmbios acadêmicos, a aluna passou o ano de 2013 na Universidade de Groningen, onde participou das aulas do curso de Medicina e de projetos de pesquisa da universidade. Na ocasião conheceu o supervisor que ofereceu a oportunidade de realizar o doutorado na instituição, onde trabalhou no departamento de Nefrologia e participou de grupos de estudos. De volta ao Brasil após a temporada fora, Mariana finalizou a graduação pela FMABC e no ano seguinte, em 2017, mudou-se definitivamente para a Holanda para dedicar-se à produção da tese de doutorado.

“Trabalhar com pesquisa, principalmente pesquisa em laboratório, é muito desafiador. Foi um processo difícil, mas muito enriquecedor. A internacionalização da FMABC é algo importantíssimo e deve ser incentivado para que nosso País e as universidades não fiquem de fora do mundo científico, que é um mundo de networking, de trabalho em conjunto e definitivamente internacional. Traz benefícios imensos que refletem na qualidade de ensino da faculdade e consequentemente no tratamento oferecido aos pacientes. O aprendizado adquirido durante a iniciação científica na FMABC foi muito importante para desenvolver um pensamento científico crítico. O sucesso de cada ex-aluno enriquece o nome da instituição e comprova a qualidade do ensino durante nossa formação. Sou muito grata à FMABC, onde tive professores inspiradores e ótimos exemplos a seguir”, disse a aluna.

Ao centro, Mariana com outros pesquisadores

A PESQUISA

Segundo o estudo da ex-aluna, embora a hemodiálise seja um tratamento capaz de salvar a vida de pacientes que possuem doença renal crônica, a expectativa de vida e a qualidade de vida desses pacientes é baixa em comparação à população geral que vive na Holanda. Em geral, um em cada seis pacientes em diálise morrem anualmente no país. Além disso, dos pacientes com idade entre 45 e 65 anos que iniciam o tratamento, 50% morrerão em até cinco anos.

Dado o cenário, a aluna decidiu pesquisar de que forma a ativação do sistema complemento, um importante pilar do nosso sistema imunológico inato (que produz as defesas naturais do corpo humano), poderia auxiliar estes pacientes. O sistema tem sido proposto para desempenhar papel vital na resposta inflamatória induzida pela diálise, o que pode ser o elo perdido entre a alta morbidade e mortalidade durante a diálise. A tese investigou o papel do sistema complemento em pacientes saudáveis, com doença renal crônica e durante a diálise. “Demonstramos que a ativação do sistema complemento é um fator determinante para doença cardiovascular de pacientes em hemodiálise. Dessa forma, inibir a ativação do sistema complemento durante a sessão de diálise pode ser um interessante alvo na prevenção da resposta inflamatória em pacientes dialíticos e pode consequentemente diminuir o risco de eventos cardiovasculares nesse grupo”, conclui Mariana.