Publicado em: 12/09/2014
Delegação formada por quatro representantes da rede de saúde pública do governo de Honduras, país localizado na América Central, esteve em São Bernardo do Campo em 6 de agosto para conhecer os trabalhos de ressocialização desenvolvidos pela rede de saúde mental do município – área cuja gestão é feita em parceria com a Central de Convênios da Fundação do ABC. A visita faz parte de agenda programada pela coordenadora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Cinthia Lociks.
O interesse dos visitantes hondurenhos foi observar como funcionam os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), pegar como exemplo o modelo de espaço comunitário desenvolvido com os usuários e reestruturar os serviços prestados pelo governo de Honduras. O modelo de tratamento adotado pela rede de saúde mental naquele país ainda trabalha com internações em hospitais psiquiátricos, ou seja, fora das diretrizes da Reforma Psiquiátrica brasileira, que determina o fim das internações.
Durante a visita, o grupo conheceu os trabalhos realizados no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III Alvarenga e pelo Consultório de Rua (Programa de Redução de Danos). Além de visitar uma residência e uma república terapêutica, a delegação foi à Represa Billings, onde acontece o projeto “Remando para a Vida”, que atende adolescentes do recém-inaugurado CAPS Álcool e Drogas Infanto-juvenil (ADI) Assunção.
“Tínhamos uma ideia muito vaga sobre os trabalhos feitos em São Bernardo, e ficamos realmente impressionados com o que vimos. Se nossas políticas sociais permitirem, colocaremos em prática um plano piloto até o começo do próximo ano”, comentou Mario Aguiar, chefe do hospital público Mario Mendonça, em Honduras.
Especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério da Saúde há mais de 10 anos, Cinthia Lociks comentou que hoje o Brasil tem reconhecimento internacional por trabalhar constantemente para melhorar seu modelo de tratamento público na rede de saúde mental. Para a gestora, São Bernardo representa essa experiência pioneira e inovadora, que serve como inspiração não só para os outros municípios brasileiros – como já vem acontecendo –, mas também para outros países. “Essa cooperação, seja entre cidades ou países, é importante para que possamos compartilhar experiências exitosas, como a de São Bernardo, referente aos trabalhos feitos na rede de saúde mental”, avaliou a especialista.