Publicado em: 02/04/2015
Um espaço destinado a cuidados intensivos de pacientes críticos, geralmente associado ao isolamento, vem ganhando novas perspectivas há pouco mais de um ano, com a inauguração do Hospital de Clínicas Municipal José de Alencar (HC) em São Bernardo do Campo. No hospital, a estrutura física que privilegia o acolhimento e o cuidado humanizado permite que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) atenda de maneira diferenciada.
Com espaços generosos, as unidades possuem janelas, o que diminui a sensação de confinamento, e também contam com divisórias, garantindo privacidade. Além disso, todos os internados podem ser acompanhados por uma pessoa de sua preferência durante 24 horas. Há, inclusive, sala de estar exclusiva para os acompanhantes, com sofás, vestiários e televisão.
Outro destaque é o fato de o paciente ser atendido, já na UTI, por equipe multiprofissional formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e assistente social, que irá analisar todos os aspectos que podem influenciar em sua recuperação.
O diretor técnico do HC Roberto Álvaro Ramos avalia que o conjunto de práticas inovadoras é responsável por abreviar o tempo de permanência do usuário na unidade. Ele considera fundamental a presença constante da família. “É importante para aceitação da doença e para que o familiar comece a se apropriar dos cuidados com o paciente. Muitas vezes ele vai para casa e lá precisará de atenção especial. Na UTI, a equipe começa a ensinar como lidar com as situações que irão enfrentar depois da alta. Outro aspecto importante é que a família também participa das decisões clínicas”.
A dona de casa Marina Ramos Seminara, 68 anos, conta ter ficado surpresa ao saber que poderia ser acompanhada durante os seis dias em que ficou internada na UTI do HC. “Achei que teria de ficar sozinha. Estar doente deixa a gente triste demais, e ter companhia ajudou muito na minha recuperação. Meus filhos e marido se revezavam. Quando vi, já estava bem melhor”, comenta a moradora do Baeta Neves.
Dona Marina ainda elogiou a atenção que recebeu dos médicos, enfermeiros e da equipe multiprofissional. “Fui tratada como se me conhecessem há anos. São muito humanos. Saí de lá com orgulho de ter um hospital assim na minha cidade”.
Gerente de enfermagem do HC, Adriano Rodrigues de Sousa afirma que a humanização do atendimento está no DNA do hospital. “Já começamos a trabalhar com essa perspectiva. Nossa meta diária é que todos saiam daqui plenamente satisfeitos com a atenção recebida. Nossos trabalhadores têm empatia e compromisso, são capazes de se colocar no lugar do outro. Cuidamos como gostaríamos de ser cuidados, e os usuários e os familiares percebem esse diferencial”, comenta.