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Publicado em: 23/12/2022
Um estudo realizado em parceria entre pesquisadores vinculados ao Centro Universitário FMABC e universidades da Inglaterra, China, Geórgia e Macedônia mostrou que pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) possuem percepções equivocadas sobre a doença e por isso não buscam cuidados no início, fazendo com que o diagnóstico ocorra apenas em estágios avançados.
Segundo os dados coletados, boa parte dos entrevistados acredita que os sintomas como tosse, falta de ar ou de energia, estão relacionados a idade, obesidade e sedentarismo, sem saber que na verdade são sinais de DPOC. O estudo serve, portanto, como uma base para realizar a triagem e conseguir captar os casos em fases iniciais.
A DPOC é uma das principais causas de mortalidade no mundo, e no Brasil é a quinta principal, ficando somente atrás de doenças cardíacas, cerebrovasculares, infecção das vias aéreas inferiores, Alzheimer e outras demências. Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pelo menos 6 milhões de pessoas sofrem da doença.
O estudo, chamado “Breathe Well” (Respire Bem), foi iniciado em 2018 com financiamento do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e coordenação do Instituto de Pesquisa Aplicada em Saúde, ambos do Reino Unido. Os resultados foram publicados recentemente na revista Nature, uma das mais tradicionais publicações científicas do mundo.
O trabalho teve duas etapas: na primeira foram investigadas estratégias de baixo custo para diagnosticar casos novos da doença e, portanto, contribuir para o maior alcance de políticas públicas nesse campo.
Em sua segunda fase, a pesquisa teve como meta entender os motivos inibidores e facilitadores para a prática de atividade física por pessoas portadoras de DPOC com e sem ansiedade e depressão. A atividade física, essencial para todos, é imprescindível para os pacientes com DPOC na medida em que reduz os riscos de hospitalização e morte.
No Brasil, o estudo foi feito pelos profissionais do Centro de Estudos em Saúde Coletiva (Cesco), vinculado ao Centro Universitário FMABC, em Santo André. Sonia Maria Martins, coordenadora da pesquisa no País, ressalta que o trabalho trouxe conhecimentos valiosos para o tratamento da doença.
“A investigação mostrou, entre outras conclusões, que parte dos profissionais da saúde necessita de maior formação sobre a doença, sendo que os impactos negativos da mesma podem criar limitações extremas no dia a dia, na vida laboral, social e sexual, podendo até provocar ou intensificar sintomas de ansiedade e depressão”, explicou Sonia, que também é médica da Família e professora do Departamento de Saúde da Coletividade na FMABC.
A pesquisa também revelou que a criação de centros e de programas públicos voltados à prática de atividade física são vitais para o tratamento da doença, tornando-se uma forma mais efetiva e de menor custo para as pessoas com DPOC, para o sistema público de saúde e para a sociedade como um todo.
Silmara Conchão, presidenta do Cesco, destaca que essas pesquisas devem ser ampliadas e servir como modelo. “Passamos por um período de desmantelamento da pesquisa científica no Brasil, além de subfinanciamento do SUS, com perdas bilionárias de recursos públicos”, explica a pesquisadora, reafirmando o compromisso do centro de estudos para desenvolver novas investigações científicas que possam melhorar a qualidade de vida da população.