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Publicado em: 05/02/2016
A Residência Terapêutica Feminina Casa das Violetas, em São Bernardo, esteve em festa na manhã de 26 de janeiro para receber uma nova moradora. Rosa Lopes de Oliveira Silva, 78 anos, esteve internada nos últimos dois anos no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, em Sorocaba, mas a partir de agora vai morar com outras nove mulheres. É a chance de uma nova vida para uma mulher que passou praticamente 30 anos – desde 1986 – internada em hospitais psiquiátricos.
A chegada de Rosa era aguardada com ansiedade pela moradora Maria do Perpétuo Socorro Sobral de Matos Carvalho, 60, que viveu com Rosa no Pavilhão 7 do hospital psiquiátrico do Interior nos últimos anos. Ali se tornaram amigas quase inseparáveis.
A nova moradora foi recebida com churrasco, refrigerante e música. Ganhou um abraço carinhoso de Maria do Perpétuo, que se levantou com dificuldade e foi amparada por terapeutas ocupacionais. “É a minha amiga. Gosto muito dela”, disse.
Rosa tem histórico de 29 anos de internações em hospitais psiquiátricos e aguardava pela desinternação desde 2009, ocupando setor específico da unidade em Sorocaba, com pessoas na mesma situação. Foi lá que, em 2014, conheceu Maria do Perpétuo.
JUNTAS NOVAMENTE
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a Prefeitura de Sorocaba e o Ministério Público determinou o fechamento dos hospitais psiquiátricos da cidade e o tratamento dos pacientes em meio aberto. Um irmão de Maria do Perpétuo foi localizado em São Bernardo e ela seguiu para a Residência Terapêutica para ficar próxima da família. Como não foram localizados familiares de Rosa, decidiu-se por manter as amigas juntas em São Bernardo.
Maria do Perpétuo lembrou que, enquanto estavam no hospital psiquiátrico, era Rosa quem a ajudava a levantar da cama e, por vezes, buscava água para ela. “Vivíamos em um quarto com outras sete pessoas, mas a Rosa é de quem mais gosto. Às vezes a gente passeava pelo hospital”, lembrou. As duas vão dividir um quarto no andar térreo na nova casa.
São Bernardo conta com seis Residências Terapêuticas, sendo quatro masculinas e duas femininas, que abrigam mais de 50 moradores – pacientes que viveram por décadas em hospitais psiquiátricos. O processo de desinternação teve início em 2009 na cidade, com objetivo de realizar o tratamento individual e em sociedade. “Contamos com toda a rede de saúde como retaguarda para esses moradores. É um trabalho integrado e multiprofissional que tem por objetivo auxiliá-los no resgate da autonomia e da autoestima”, explicou a coordenadora de oficina terapêutica Maria Aparecida Nardini da Silva.
A profissional lembrou que atualmente a rede de saúde conta com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que desenvolvem projetos terapêuticos individuais, além de ofertar oficina de artes e grupos de discussão. “Com isso conseguimos resgatar a identidade e descobrir a necessidade de cada um. É preciso criar condições e incentivá-los a tomar decisões, como que roupa vestir, o que comer, quais passeios querem fazer. Isso não ocorria nos hospitais”, disse.