Publicado em: 18/03/2016
Celebrado anualmente em 14 de março, o Dia Mundial da Incontinência Urinária contou com ação especial no Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), em Santo André, que teve tanto objetivo assistencial como de orientação da população. No dia 15, foram realizados 15 exames de urodinâmica em pacientes pré-agendados. Trata-se de avaliação de alta complexidade e longa duração (que varia de 40 minutos a uma hora), que serve para aferir a função da bexiga, medindo a capacidade de armazenamento e como ocorre o esvaziamento. A indicação, na maioria dos casos, é para pacientes com distúrbios neurológicos, mulheres com incontinência urinária e homens com problemas na próstata.
A atividade no Hospital Mário Covas foi fruto de campanha da Associação Brasileira pela Continência B. C. Stuart, uma instituição sem fins lucrativos, cujo objetivo central é auxiliar pessoas que sofrem de incontinência urinária e fecal.
ALTA INCIDÊNCIA
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a incontinência urinária atinge 5% da população mundial. No Brasil, a estimativa é de que 10 milhões de pacientes estejam nessa condição, sendo que as mulheres apresentam duas vezes mais o problema quando comparadas aos homens. “Outro público bastante afetado pela incontinência urinária são os idosos, que muitas vezes deixam de procurar ajuda por acreditarem que a perda de urina faz parte do envelhecimento e que não há nada a ser feito. Entretanto, é preciso ressaltar que a incontinência urinária tem tratamento e muitas vezes é possível obtermos a cura. Essa foi a mensagem que quisemos passar para toda a população durante a semana do dia 14, em comemoração ao Dia Mundial da Incontinência Urinária”, afirma o professor assistente da disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC e presidente da Associação Brasileira pela Continência B. C. Stuart, Dr. Caio César Cintra.
Conforme definição da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária é a perda de urina que o paciente não consegue controlar. Não é só um problema físico e pode afetar aspectos emocionais, psicológicos e a vida social das pessoas. Muitos que sofrem com essa condição têm medo de fazer as atividades diárias normais e expor o problema. Além disso, não podem ficar muito longe de um banheiro e evitam aglomerações de pessoas.
São muitas as causas para a incontinência urinária. Muitas vezes a perda involuntária é sintoma de outras doenças, entre as principais câncer de bexiga ou de próstata, diabetes, aumento da próstata e infecções do trato urinário. Outras condições de saúde que aumentam o risco para incontinência são gravidez e partos, obesidade, esclerose múltipla, doença de Parkinson, acidente vascular cerebral (AVC) e envelhecimento, entre outras.
Devido à grande variedade de possíveis causas, é fundamental que o paciente deixe a vergonha de lado e procure ajuda profissional especializada. Dessa forma, será possível obter um diagnóstico preciso sobre o problema e dar início ao tratamento mais adequado.