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Publicado em: 03/10/2024
Vinicius de Oliveira em sua aula de futebol para deficientes
Vinicius de Oliveira, morador de Diadema e deficiente visual, tem apenas 5% de visão em cada olho, mas isso não o impede de conduzir a bola no campo com impressionante naturalidade. Aos 32 anos, Vinicius pratica futebol do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, onde o esporte tem sido uma ferramenta para sua autonomia e inclusão social.
Vinicius é paciente do Centro de Reabilitação Lucy Montoro de Diadema, unidade gerenciada pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. Esse equipamento, que tem unidades em vários municípios paulistas, tem como objetivo proporcionar o melhor e mais avançado tratamento de reabilitação para pacientes com deficiências físicas incapacitantes, motoras e sensório-motoras. Foi lá, durante as sessões de condicionamento físico, que ele conheceu uma nova oportunidade: o esporte paralímpico.
“A Rosilene, que era minha fisioterapeuta lá no Lucy, me falou sobre as atividades no Centro Paralímpico e me incentivou a participar”, relembra Vinicius, que aceitou o desafio e se inscreveu nas aulas de futebol para deficientes visuais. “Eu já gostava de futebol desde pequeno. Quando fiz o teste, percebi que aquele era o lugar certo para mim”, conta.
Desde que começou a treinar no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, Vinicius tem demonstrado uma grande capacidade de adaptação e desenvolvimento. No futebol para deficientes visuais, a bola tem um guizo em seu interior, e o som ajuda o atleta a perceber a localização da pelota. “No começo, eu nem imaginava que poderia jogar futebol novamente, mas hoje estou aqui e me preparando para uma nova fase”, diz ele, se referindo à transição para o goalball, um esporte específico para pessoas com baixa visão. Nesta modalidade, um time de três integrantes defende um gol gigante, ao passo que o ataque é feito arremessando a bola com as mãos contra a meta adversária.
Além de promover a inclusão, o esporte tem sido fundamental para a autonomia de Vinicius. Ele se desloca do município de Diadema ao bairro Jabaquara na Capital paulista e, de lá, segue para o Centro Paralímpico, localizado na Rodovias dos Imigrantes, utilizando transporte público comum, um feito que ele encara com naturalidade. “Muitos olham para mim e pensam que eu enxergo mais do que realmente vejo. Mas com o apoio certo e a oportunidade, qualquer pessoa pode conquistar sua independência”, afirma.
“A partir do próximo mês, vou para o goalball. É uma modalidade diferente, mas acredito que vai me trazer novas oportunidades e quem sabe, até disputar campeonatos”, conta Vinicius, animado. Ele ressalta a importância do tratamento e do apoio que recebeu no Lucy Montoro de Diadema para chegar aonde está. “Foi através do tratamento que eu consegui vir para cá”, afirma.
Para Bruno Arruda da Mota, professor de futebol no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, a principal missão é promover essa independência entre os alunos. “Aqui a gente faz uma aula focada na autonomia deles, com diversas atividades lúdicas, onde o aprender brincando é levado a sério. A criança ou o adolescente começa a desenvolver novas características, e o esporte acaba auxiliando nesse desenvolvimento”, explica. Seus alunos têm diversos tipos de deficiência, como paralisia cerebral, síndrome de Down e autismo associado ao baixo desenvolvimento intelectual.
A história de Vinicius exemplifica como a reabilitação e o acesso a programas esportivos especializados podem transformar a vida de uma pessoa com deficiência. “O Lucy Montoro me deu o primeiro impulso, e o Centro Paralímpico me mostrou que, mesmo com limitações, eu posso ir além”, conclui ele, inspirando outros a buscarem novas oportunidades.