Fundação do ABC promove Roda de Conversa sobre prevenção do câncer de mama

Publicado em: 25/10/2024

Profissionais da saúde, pacientes e Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano participam de evento pelo Outubro Rosa

 

A Fundação do ABC organizou dia 24 de outubro uma Roda de Conversa com o tema “Prevenção é Vida”, como parte das atividades do Outubro Rosa. O evento foi promovido no Anfiteatro David Uip, no campus do Centro Universitário FMABC, com objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama – tipo de câncer que mais acomete mulheres em todo o mundo.

A iniciativa foi aberta aos colaboradores da sede administrativa da FUABC, da Unidade de Apoio Administrativo e do Centro Universitário FMABC, e abordou um tema essencial para a saúde feminina. A conversa teve a participação de especialistas e de quem vive a experiência da doença de perto, ampliando a perspectiva sobre o cuidado com a saúde.

Dr. Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, presidente da FUABC

O evento contou com a presença do presidente da FUABC, Dr. Luiz Mário Pereira de Souza Gomes, que fez a abertura da programação. “Somos uma fundação feminina que trabalha em prol da saúde do Grande ABC e do Estado de SP. São cerca de 22 mil colaboradoras na nossa instituição. Enquanto precursores no serviço público de saúde, temos que multiplicar o conhecimento voltado ao cuidado da mulher, especialmente relativo ao câncer de mama. Parabéns a todos pela iniciativa”, disse o presidente.

A mediação da roda de conversa foi feita por Carolina de Fátima Silvério, assistente de diretoria da FUABC e paciente em tratamento, que compartilhou sua vivência pessoal na luta contra o câncer de mama, trazendo uma visão humanizada e prática sobre o impacto da doença no cotidiano. “As funcionárias mulheres representam 77% da Fundação do ABC. É muito importante não só prestarmos cuidado à saúde das pacientes, mas também aprendermos a cuidar de nós mesmas. Trabalhamos, inclusive, junto à uma faculdade de Medicina. Não podemos correr o risco de descobrir uma doença a ponto de não ter mais cura. Não é difícil ficarmos atentas aos sinais dos nossos corpos, especialmente neste mês de conscientização”, explica Carolina.

Dra. Alessandra Nabarro, médica mastologista

A roda de conversa teve a relevante participação da Dra. Alessandra Nabarro, médica mastologista da FMABC, com importante atuação no Hospital Estadual Mário Covas, Hospital da Mulher de Santo André e Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher de São Caetano do Sul (CASIM). A profissional trouxe informações sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e novidades na área do câncer de mama.

Um dos destaques de sua fala foi o impacto que o estilo de vida das mulheres tem causado na saúde nos últimos anos, especialmente pela extensa presença feminina em praticamente todos os ambientes corporativos.

“É um quadro que se observa especialmente nas regiões metropolitanas. As mulheres estão cada vez mais ingressadas no mercado de trabalho, com vidas mais estressantes e falsas válvulas de escape — que podem aproximá-las mais do câncer. Estamos falando da necessidade de adotar um hábito alimentar saudável, de evitar alimentos industrializados, combater a obesidade, o consumo de bebidas artificiais, além de álcool e tabaco. É fundamental fazermos uma autoavaliação da nossa alimentação. Tem alimentos que funcionam, literalmente, como venenos. Aquilo pode ser o gatilho para desencadear diversas doenças”, alerta a especialista.

O encontro contou, ainda, com a participação das voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano do Sul, grupo de apoio que oferece suporte emocional e acolhimento a pacientes e familiares que enfrentam o câncer, reforçando a importância da solidariedade durante o tratamento. Atualmente a unidade atende cerca de 60 pacientes. “Acredito que nosso trabalho é um chamado de Deus. Acolher a família, especialmente, nos traz ainda mais satisfação. Em geral, devido ao fato de que muitas famílias sofrem ainda mais do que o próprio paciente”, disse Suzete Rocha, voluntária da Rede há 9 anos.

MOVIMENTO GLOBAL

O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. É celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover orientações sobre a doença, a fim de contribuir para a prevenção, detecção e tratamento precoces e, consequentemente, reduzir a incidência e os índices de mortalidade.

Quando o câncer de mama é diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura são significativamente maiores, podendo superar 95%.

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são aproximadamente 74 mil novos casos da doença por ano entre as brasileiras. Estima-se que 17% destes podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis, entre os quais manter o peso corporal saudável, ser fisicamente ativa, evitar bebidas alcoólicas e, no caso das mães, amamentar até o 6º mês de forma exclusiva e, se possível, até os 2 anos ou mais da criança.

Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

A mamografia é o exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama, recomendada pelo Ministério da Saúde na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia recomendam o rastreamento anual a partir dos 40 até os 75 anos.

Andreia Leite da Silva, paciente do Hospital do Câncer Padre Anchieta, agradeceu a Fundação do ABC pelo tratamento