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Publicado em: 16/09/2016
O Hospital Municipal Irmã Dulce de Praia Grande realizou pela primeira vez uma cirurgia cerebral em que o paciente foi mantido acordado durante a retirada de um tumor de seis centímetros na região temporal. O homem de 44 anos teve alta da Unidade de Terapia Intensiva em 26 de agosto. Realizado 10 dias antes, o procedimento permitiu ao paciente responder a perguntas e a estímulos com o crânio aberto, durante a execução, com objetivo de mapear os locais que podiam ser tocados, a fim de não comprometer áreas importantes do sistema nervoso central.
Feita com recursos do SUS, procedimento custaria em torno de R$ 100 mil em hospitais particulares devido à alta complexidade
A cirurgia teve início às 10h, durou oito horas e envolveu mais de 10 profissionais. De acordo com o neurocirurgião Imero Silva Couto, o tumor estava próximo à região da linguagem e da comunicação, de modo que foi preciso usar equipamentos de neuronavegação e neuroestimulação para preservar a fala e a consciência. “Com a estimulação, foi possível realizar os testes e mapear o cérebro para avaliar a extensão do tumor e retirá-lo sem comprometer as regiões sensíveis”, ressaltou.
Segundo o médico, depois da operação havia a probabilidade de uma reação que expunha a vida do paciente a sério risco em razão de um possível inchaço do cérebro, o que demandaria outros procedimentos delicados. Para Couto, que coordena a equipe de Neurocirurgia no HMID, a cirurgia foi bem-sucedida, já que o paciente saiu conversando do Centro Cirúrgico, sem apresentar qualquer alteração de comportamento, da fala ou outro sentido, além de ter superado reações pós-cirúrgicas mais sérias.
ALTA PRECISÃO
Segundo a anestesista que participou da cirurgia, Lívia Albergaria, a técnica é empregada em poucos lugares no mundo, porque utiliza equipamento de alta tecnologia e, pelo risco e precisão dos comandos, representa um desafio para toda a equipe. “Foi feita uma craniotomia (abertura do crânio) com o paciente em sedação. Quando o cirurgião avisou que iria iniciar os testes, retirei a medicação para que o paciente pudesse ser acordado e conversar conosco. Não sentiu dor em momento algum. Depois dos testes, o paciente foi novamente sedado e voltou a dormir. No final da cirurgia, o acordamos e ele conversou normalmente, sem nenhuma sequela, um resultado pós-cirúrgico que impressiona”, destacou.
Paciente de 44 anos teve alta da Unidade de Terapia Intensiva e se recupera bem
Os testes linguísticos para verificação da normalidade da fala envolveram perguntas sobre o nome completo, contagem progressiva e regressiva de um a 10, cálculos simples compatíveis com o conhecimento do paciente, repetições de frases e reconhecimento de objetos como relógio, celular etc.
Ainda conforme a anestesista, nos momentos da neuroestimulação, que utiliza sinais elétricos, quando se percebia que o paciente não conseguia articular bem a fala, marcava-se os locais a serem preservados. “A preocupação foi retirar somente o tecido que continha a neoplasia e não afetar nenhum tecido sadio. O paciente ficou o tempo todo confortável e não sentiu dores. Usei medicações que garantiram um campo operatório ideal para que o neurocirurgião realizasse seu trabalho com sucesso”, completou Lívia Albergaria.
Pela alta complexidade, um procedimento semelhante na rede privada demandaria custo estimado em mais de R$ 100 mil. No entanto, o diretor técnico do Complexo Hospitalar, Dr. Airton Gomes, ressaltou que a cirurgia foi realizada exclusivamente com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). “Com uma equipe técnica altamente especializada, foi possível oferecer assistência de alto nível ao paciente, assegurando que houvesse mínimo ou nenhum risco de sequelas neurológicas”, salientou.
Após deixar a UTI, enquanto se recupera, o paciente aguarda os resultados do anatomopatológico do tumor, que é um exame de tecidos para que se saiba o tratamento adequado pós-cirurgia: somente radioterapia ou quimioterapia com radioterapia.
O procedimento contou também com a intervenção do neurocirurgião Marcelo Duva. A enfermeira Elizabeth Beatriz Passio Machado, coordenadora do Centro Cirúrgico, comandou os trabalhos das equipes de Enfermagem que participaram da inédita cirurgia no HMID.