Publicado em: 17/02/2017
A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria da Saúde, deu início em fevereiro à inserção da “Roda de Conversa” nos equipamentos de saúde da cidade. O dispositivo está alinhado à Política Nacional de Humanização e serve para estimular o diálogo entre os funcionários das unidades, promovendo o protagonismo dos trabalhadores, a cogestão e a transparência. O projeto piloto foi realizado dia 8 em unidades de Atenção Básica dos três distritos da cidade com presença da secretária da Pasta, Ana Paula Peña Dias. A previsão é de que esse instrumento seja levado de forma sistemática para toda a rede municipal.
No Centro de Saúde Escola do Parque Capuava, a experiência inicial serviu para identificar problemas e soluções pontuais e também aqueles que interferem em outros equipamentos. “A gente ouve o que a população traz, mas nós também temos nossas dificuldades que prejudicam o atendimento. Receber esse olhar para as nossas carências, para o que está nos impedindo de fazer o que é preciso pelos usuários, isso é importante”, comentou a pediatra Ivana Simões. Há pelo menos 25 anos trabalhando no local, a encarregada da unidade, Rita de Cássia Chukri Jaimez, diz ter sido inédita a visita que a equipe de Gabinete fez para dialogar. “É primeira vez que eu vejo alguém vir nos escutar e fiquei feliz por isso”.
A ideia é que a “Roda de Conversa” seja um momento para que a própria equipe da unidade se reúna e, assim, tenha mais autonomia para discutir e encontrar soluções adequadas à rotina do serviço, todos no mesmo nível, abrindo mão da hierarquia durante a conversa e sempre concluindo com uma avaliação. Além disso, o projeto visa estimular que haja uma interação entre as unidades, a fim de que os departamentos conheçam o efeito do seu trabalho no processo e possam contribuir entre eles, por exemplo, em situações em que uma unidade dispõe de algum mobiliário sem uso que poderia ser importante para outra.
Na avaliação da secretária de Saúde, o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser feito em rede e para articulá-la é preciso utilizar dispositivos como este. “Queremos que a partir da percepção dos próprios funcionários e da sua participação sejam construídas medidas que melhorem a realidade deles e consequentemente, dos usuários”, planeja Ana Paula Peña Dias.