A cidade de Cartagena, na Colômbia, recebeu no início do mês de novembro a 34ª edição do Congresso da Sociedade Panamericana de Trauma. Um dos destaques do evento foi o jovem Rubén David dos Reis Zuniga, aluno do terceiro ano de Medicina do Centro Universitário FMABC, em Santo André, que teve seu estudo sobre traumatismo cranioencefálico (TCE) premiado com o segundo lugar na categoria “Estudantes”.
O trabalho foi feito em colaboração com o grupo de pesquisa em neurociências do Departamento de Neurocirurgia do HC-FMUSP e abordou a recuperação dos pacientes de TCE grave a longo prazo, ou seja, pelo menos três anos e meio após o trauma.
O objetivo do estudo era avaliar como os fatores do cuidado intensivo influenciam na recuperação após um longo período de tempo. A pesquisa encontrou uma boa sensibilidade e especificidade para os modelos de prognósticos utilizados atualmente e que costumam ser utilizados para o desfecho a curto prazo.
O traumatismo cranioencefálico vem sendo discutido por autoridades médicas do mundo inteiro, verificando que está de forma ainda mais presente em países de baixa e média renda, como na América Latina. Somente no Brasil foram registradas mais de 130 mil internações por esse tipo de trauma entre os anos de 2008 e 2019.
“Hoje, o sistema de saúde tem um desafio a lidar por conta da alta mortalidade e morbidade desses pacientes, que exigem cuidados mais presentes, como a participação das famílias e cuidadores na atenção às morbidades, como perda de funcionalidade e alterações psiquiátricas dentre outras”, explica o estudante.
“Com isso, entender melhor como esses pacientes evoluem com o tempo pode auxiliar os serviços de saúde a promover melhores práticas nos cuidados intensivos e a longo prazo no apoio e reabilitação”, completa Rubén.
