Ambulatório lança cartilha e site sobre cuidados dermatológicos para pacientes com câncer

Publicado em: 19/07/2017

Evento contou com palestras, oficinas de maquiagem, técnica para usar lenços e cuidados com perucas

Download da cartilha pode ser feito pelo site

Fruto da parceria entre as disciplinas de Dermatologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), o Ambulatório de Reabilitação Dermatocosmiátrica para Pacientes Oncológicos lançou em 18 de julho uma cartilha e um site sobre cuidados dermatológicos destinado aos pacientes com câncer. O endereço da plataforma é http://www.suportedermatologico.com.br.

Com raras citações sobre a temática na literatura médica até a implantação do serviço na FMABC, em 2004, o ambulatório tornou-se pioneiro nacional e internacionalmente. O objetivo do trabalho é melhorar a qualidade de vida e diminuir o grau de sofrimento dos pacientes, ao minimizar efeitos colaterais dos tratamentos e aumentar a autoestima. O local oferece atendimento dermatológico e cosmiátrico gratuito e integral aos pacientes, abordando prevenção, correção e camuflagem (quando não é possível corrigir) de alterações decorrentes de procedimentos cirúrgicos, da quimioterapia e da radioterapia.

O projeto foi criado pela dermatologista Dolores Gonzalez Fabra, que há 13 anos presta esse serviço voluntariamente junto com equipe multiprofissional. Além do lançamento da cartilha de cuidados dermatológicos para o paciente com câncer e da plataforma na internet sobre o tema, a programação do evento contou com palestras, oficinas de maquiagem, técnica para usar lenços, cuidados com perucas, entre outros assuntos.

Além da Dra. Dolores, estiveram no local uma equipe de oncologistas, dermatologistas, esteticistas e até um tatuador que trabalha no projeto. Também marcaram presença pacientes e ex-pacientes atendidos pelo ambulatório, que puderam contar suas histórias.

 

SOBRE O PROJETO:

 

Uma Realidade

Cerca de 20 milhões de pessoas têm câncer hoje no mundo e em 2030 serão 27 milhões. Só no Brasil, 600 mil novos casos devem ser diagnosticados neste ano. Apesar dos números, a sobrevida dos diagnosticados vem aumentando devido aos novos tratamentos. Durante esse processo, no entanto, os pacientes experimentam alto grau de sofrimento, agravado por alterações dermatológicas e estéticas. Em alguns casos, as terapias podem ser tão agressivas que o enfermo abandona o tratamento. Esse fato reforça a importância do suporte dermatocosmiátrico ao longo de todo o processo.

Uma Missão

Em 2004, a dermatologista Dolores Gonzalez Fabra criou o primeiro ambulatório do país exclusivamente voltado à reabilitação dermatológica de pacientes com câncer, na Faculdade de Medicina do ABC, com apoio das disciplinas de Oncologia e Dermatologia. Ao longo de anos de trabalho, a médica observou comprovada diminuição no sofrimento, melhora da autoestima e da qualidade de vida dos pacientes. No entanto, não existe uma dermatologia específica para o paciente com câncer, há ainda pouca integração entre oncologia e dermatologia e falta literatura médica sobre o assunto. Desde o início do projeto, a dermatologista dissemina a ideia de que é necessário criar uma dermatologia específica para os pacientes com câncer e permitir a multiplicação deste conhecimento, em benefício de um número cada vez maior de pacientes.

O Projeto

Atenta à necessidade de suporte dermatológico que os pacientes com câncer demandam durante o tratamento, Dra. Dolores Gonzalez Fabra passou a se dedicar à compilação de seu extenso conhecimento, angariado ao longo de 13 anos tratando pessoas com câncer. Como resultado, o projeto Suporte Dermatológico para Pacientes Oncológicos distribui este conhecimento para vários públicos: pacientes e cuidadores, médicos oncologistas, radiologistas e dermatologistas, demais profissionais da área médica e comunidade em geral. Hoje, sua equipe conta com mais de 10 profissionais, entre dermatologistas e oncologistas assistentes, 35 acadêmicos e 10 residentes envolvidos no atendimento direto aos pacientes do ambulatório e na colaboração para produção de conteúdo para este projeto. Somam-se a eles os esforços de mais de 20 voluntárias que atuam em grupos de apoio.