Publicado em: 08/11/2013
Apresentadora do Discovery Channel, a médica e atleta Karina Oliani falou sobre desafios e perseverança para conquistar objetivos
O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André organizou quinta-feira (7 de novembro) palestra com a médica Karina Oliani, que aos 31 anos tornou-se a mulher mais jovem do país a alcançar o cume do monte Everest, no Himalaia. Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, a jovem escalou neste ano, em 55 dias, a mais alta montanha do mundo, que registra 8.848 metros de altitude.
A palestrante falou aos funcionários e convidados do AME Santo André sobre como buscar o sucesso e destacar-se na profissão. Karina Oliani utiliza as próprias aventuras como pano de fundo e aproveita o conhecimento médico para “diagnosticar” necessidades e mudar valores, fazendo analogias com o cotidiano dos funcionários a fim de incentivar a conquista de objetivos, encarando os desafios com garra e determinação – seja individualmente ou em conjunto.
Médica, atleta, apresentadora de TV e aventureira, Karina Oliani exibiu fotos e vídeos que acumulou em 7 anos de televisão e 19 anos de aventuras. Entre os temas destacados, aborda valores como pioneirismo, coragem, comprometimento, planejamento estratégico, trabalho em equipe, ousadia, gerenciamento de riscos, perseverança e motivação.
Karina já apresentou programas no canal SPORTV, Multishow, OFF e TV Record. No segundo semestre de 2014 estreará série sobre resgates em áreas remotas no Discovery Channel. “Estive pela primeira vez no Everest em 2009, mas para uma matéria de TV e não para escalar. No ano seguinte trabalhei na área por aproximadamente 4 meses como médica de uma equipe norte-americana. Nesse momento meu sonho se fortaleceu. Voltei para o Brasil já com esse desejo em mente”, recorda Oliani, que precisou de 3 anos para colocar os planos em prática. “Chegou um momento em que a ideia de escalar o Everest parecia ser a parte mais fácil do processo”.
Para atingir o objetivo, a ex-aluna da FMABC escreveu projeto minucioso com todos os itens necessários para a viagem, equipamentos, equipe, kit de medicamentos e dezenas de outros detalhes, cuja falta durante a jornada poderia determinar o final da escalada. “Fui atrás de 300 empresas para tentar apresentar o projeto e mostrar que podiam confiar e investir suas marcas. Fui recebida somente por 10 e 4 resolveram apoiar”, conta Karina Oliani, ao reforçar a importância de acreditar nos sonhos e ser perseverante.
Segundo a médica, “a única coisa que não conseguimos recuperar é a saúde e a vida. O resto corremos atrás”.
Novas metas pelo mundo
Karina Oliani pretende se tornar a primeira brasileira a escalar as sete montanhas mais altas do mundo. O monte Everest foi a quarta conquista da médica, que já escalou o Kilimanjaro (2009), Aconcágua e o Elbrus (2011).
Em seu vasto currículo, a médica de aventura e atleta possui muitas conquistas e realizações pioneiras. Nascida em 14 de maio de 1982, em São Paulo, desde pequena tem grande fascínio por atividades que envolvam aventura e adrenalina. Com apenas 12 anos fez seu primeiro salto de paraquedas (duplo) e concluiu curso de mergulho autônomo. Em 1999, aos 17 anos, já era bicampeã brasileira de wakeboard.
Formou-se médica em 2007 na Faculdade de Medicina da Fundação do ABC e possui pós-graduação em Nutrologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Em 2008 viajou para os Estados Unidos, onde especializou-se em área médica até então desconhecida no Brasil: a Wilderness Medicine. Karina Oliani é a primeira médica da América Latina com esse fellow no currículo e a única médica brasileira especializada em medicina de emergência e resgate em áreas remotas.
Como médica voluntária, Karina navegou durante semanas a bordo de um barco-hospital chamado ABARÉ nos afluentes do Rio Amazonas. Também foi para uma das regiões mais áridas do sertão do Piauí e trabalhou no projeto Cure Blindness em Ruanda, na África Central, entre outras áreas remotas do mundo. Atualmente reside em São Paulo, onde atende pacientes que buscam preparo para aventuras extremas, e viaja muito em função da Medicina de Áreas Remotas.