Após 15 anos, paciente reencontra filha por intermédio do Hospital Ipiranga

Publicado em: 31/07/2020

Paciente, que deu entrada como desconhecido, contou com empenho da equipe de Enfermagem para a busca de familiares

 

A filha Vanicleide Mota Deusdará e o pai, Adilson Deusdará – Foto: Reprodução

Uma história que começou angustiante teve final feliz e inesquecível para a família do paciente Adilson Deusdará, de 49 anos, que deu entrada sem documentos no Hospital Ipiranga dia 23 de junho, com diagnóstico de Covid-19. Desde abril, a Fundação do ABC, em contrato emergencial firmado com o Governo do Estado, gerencia no local um Centro de Triagem, 10 leitos de UTI e 30 de enfermaria.

Desconfortável em ver o registro como “desconhecido” na ficha de atendimento do hospital, a coordenadora de Enfermagem, Margarete Guedes Rodrigues, mobilizou esforços para ajudar na identificação do paciente. Em uma folha de papel, o paciente, que apresentava dificuldades na fala, escreveu seu nome. “Decidi procurar em uma rede social e achei três pessoas com o mesmo sobrenome. Mostrei a foto de todos, foi quando ele exclamou que uma delas era a filha dele e abraçou a enfermeira. Foi emocionante”, conta Margarete, que após a revelação entrou em contato com as três pessoas questionando se havia alguém desaparecido na família. Uma delas, Vanicleide Mota Deusdará, respondeu horas depois. “Fiquei muito emocionada. Foi quando soube da história da família. Pedi o telefone dela, dei o meu e mantivemos contato”, conta. A filha procurava o pai há 15 anos, desde que ele veio do Piauí para São Paulo e, com o passar dos anos, perdeu o contato com a família. Os três filhos ficaram no Nordeste com a mãe.

A área de Serviço Social do hospital foi acionada e providenciou novo contato da família com o paciente, agora por chamada de vídeo. A filha, então, informou o nome completo, nome da mãe, data de nascimento e enviou uma foto da certidão de casamento dos pais. “Após esse processo, mudamos todo o cadastro do paciente e desse dia em diante todos passamos a nos referir ao mesmo como Sr. Adilson. Foi uma alegria geral, difícil de explicar”, relata.

O paciente, que recebeu roupas e objetos pessoais comprados pela equipe de Enfermagem, apresentou boa evolução do quadro de infecção pela Covid-19. Dia 5 de julho, enfim, a filha que mora em Ribeirão Preto foi buscá-lo no hospital após a alta médica. “Me ligaram por chamada de vídeo novamente para nos despedirmos e agradeceram muito o empenho e a iniciativa dos funcionários. Foi um episódio inesquecível que com certeza ficará marcado na carreira de todos os envolvidos”, disse Margarete.