Atendimento em Oncologia Pediátrica tem 100% de satisfação na Medicina ABC

Publicado em: 23/01/2015

O Ambulatório de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC recebeu neste janeiro ofício da Prefeitura de Santo André com detalhamento dos resultados do “Relatório de Pesquisa de Satisfação dos Usuários dos Serviços de Quimioterapia do Ano de 2014”. De acordo com o documento, 10% dos pacientes atendidos na FMABC ano passado foram contatados via telefone e todos declararam satisfação com o serviço prestado. Os usuários foram sorteados mensalmente e de forma aleatória.

O trabalho de auditoria foi realizado pelo Departamento de Planejamento da Secretaria de Saúde, via Componente Municipal do Sistema Nacional de Auditoria (SISAUD). “Ficamos surpresos com o ofício, pois sequer sabíamos que estávamos sendo avaliados e que a Prefeitura estava aferindo a satisfação de nossos pacientes. Ao mesmo tempo, foi uma notícia excelente para o departamento, pois confirma a seriedade com que realizamos o trabalho e demonstra que estamos no caminho certo. Começamos 2015 com o pé direito”, comemora o médico responsável pela Oncologia Pediátrica da FMABC, Dr. Jairo Cartum.

Acolhendo casos diagnosticados desde a fase intrauterina até adolescentes com até 18 anos, o Ambulatório de Oncologia Pediátrica oferece atendimento integral e multidisciplinar, com equipe composta por médicos especialistas, enfermeiros e psicólogos, além de dentista, assistente social, nutricionista, terapeuta ocupacional e farmacêutico responsável. Segundo Dr. Jairo Cartum, o resultado 100% satisfatório é fruto do trabalho em equipe e do foco na humanização do atendimento. “Nossos profissionais enxergam as crianças de forma global e não somente suas doenças. Tratamos cada paciente como se fosse único, com atenção específica às necessidades individuais e familiares. Isso certamente favorece o tratamento, a adesão às terapias e a recuperação”.

De acordo com o ofício da Prefeitura de Santo André, ao todo foram 138 procedimentos realizados no período entre janeiro e dezembro de 2014. A auditoria tem por objetivo buscar a melhoria dos serviços e a satisfação dos usuários. A partir das opiniões dos pacientes sobre os atendimentos é possível identificar pontos vulneráveis e que devem ser melhorados.

Referência nacional e voluntariado

Considerado referência nacional para tratamento de câncer infanto-juvenil, o Ambulatório de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC tem atualmente cerca de 20 crianças em quimioterapia e realiza média de 200 consultas mensais. Os serviços são 100% gratuitos via Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da equipe multiprofissional, o Ambulatório de Oncologia Pediátrica também conta com apoio de diversos grupos voluntários, entre os quais a ONG Sorrir É Viver, Big Riso, ONG Instituto MAPAA – Meio Ambiente e Proteção Animal (responsável pelo projeto de Pet Terapia ‘Cão Amigo’), Fundo de Assistência à Criança (FAC), Liga Acadêmica de Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente (LAESCA), Projeto Felicidade, Make a Wish e Instituto Força Gui. “A parceria com os voluntários, somada ao apoio da Diretoria da FMABC e da Fundação do ABC têm sido fundamentais para o sucesso do serviço”, garante Dr. Jairo Cartum, ressaltando o trabalho desenvolvido pela Associação de Voluntárias para o Combate ao Câncer do ABC (AVCC), cujas integrantes auxiliam na humanização do ambiente terapêutico, apoio às famílias e suporte social com entrega de cestas básicas, medicações, próteses e perucas, entre outros itens.

Elevado índice de cura

Pesquisas apontam que o câncer infantil atinge uma em cada 600 crianças. As leucemias são as mais frequentes, representando aproximadamente 1/3 dos casos. Tumores cerebrais correspondem a cerca de 20% dos casos, enquanto linfomas detêm 15%. A boa notícia é que, diferente do público adulto, a taxa de cura em crianças chega a 70%. Os tratamentos têm duração média de 1 ano e o acompanhamento é por toda a vida.

As terapias são individualizadas e variam de criança para criança. De forma geral, tumores sólidos são tratados com cirurgia, seguida de quimioterapia ou radioterapia. Já a abordagem em linfomas e leucemias é com quimioterapia e, em último caso, com transplante. “Independentemente do caso, o diagnóstico precoce é fundamental. Quanto mais cedo identificado o problema, mais leve será a terapia e maior a taxa de cura. As medidas adotadas em casos avançados geralmente são mais agressivas, com medicações mais fortes e em doses maiores, aumentando os efeitos colaterais”, alerta o médico responsável pela Oncologia Pediátrica da FMABC, que aconselha: “O mais importante é que os pais levem seus filhos periodicamente ao pediatra para consultas de rotina. Esse profissional está apto a identificar possíveis sinais de câncer e a encaminhar para um serviço especializado em oncologia infantil”.