Atendimento oftalmológico na Olimpíada do Rio de Janeiro é tema de doutorado na FMABC

Publicado em: 10/01/2020

Principal achado clínico foi erro de refração em 79% dos atletas e
delegações atendidas nos Jogos Olímpicos e em 81,3% nos Paralímpicos

 

Dr. Vagner Loduca Lima

Professor do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC e chefe do Departamento de Oftalmologia, Dr. Vagner Loduca Lima teve sua tese de Doutorado aprovada no final de 2019 no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da FMABC. O docente apresentou o trabalho “Atendimento oftalmológico nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”, pelo qual apresentou em detalhes dados assistenciais e a experiência vivida ao longo de quase dois meses de atendimentos no Centro Médico da Vila Olímpica, no Rio de Janeiro, recebendo a atletas de todas as partes do mundo.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são considerados os eventos esportivos mais importantes do mundo. Em 2016, os médicos da disciplina de Oftalmologia da FMABC integraram as equipes responsáveis pela saúde ocular de atletas e delegações na Olimpíada do Rio de Janeiro. Somados os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, foram mais de 14,5 mil atletas competindo em 65 modalidades diferentes.

Os profissionais da Medicina ABC atuaram em uma clínica oftalmológica alocada dentro de uma policlínica, que funcionou das 7h às 23h entre 24 de julho e 18 de setembro. Todos aqueles que compareceram ao serviço passaram por exame oftalmológico completo, que incluía biomicroscopia, refração subjetiva e avaliação do fundo do olho. “O objetivo do estudo foi descrever o atendimento e o perfil ocular dos competidores e membros das delegações que procuraram a divisão de Oftalmologia na Olimpíada Rio 2016”, resume Dr. Vagner Loduca Lima.

De acordo com o novo doutor da FMABC, 626 atletas olímpicos passaram em atendimento na clínica oftalmológica e 388 atletas paralímpicos. Somando competidores e delegações, ao todo foram 3.546 pacientes na Rio 2016. Quando comparado aos Jogos de Londres 2012, o número de atletas atendidos em 2016 na área de Oftalmologia cresceu 72,9% nos Jogos Olímpicos e 32,8% nos Paralímpicos.

O principal achado clínico em todos os subgrupos foram erros de refração, com 79% dos indivíduos recebendo prescrição de lentes corretivas nos Jogos Olímpicos e 81,3% durante os Paralímpicos. “Os resultados destacam a importância do atendimento oftalmológico na policlínica no aspecto de saúde pública e como uma oportunidade única de avaliação oftalmológica para muitos indivíduos envolvidos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Espera-se que a descrição da estrutura, execução e resultados seja útil na organização, não apenas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, mas também para outros grandes eventos esportivos que envolvam atenção médica no formato de policlínica”, finaliza Dr. Vagner Loduca Lima.

A defesa da tese de Doutorado ocorreu em 12 de dezembro. O trabalho foi orientado pelo Dr. David Feder e teve como coorientador o Dr José Ricardo Carvalho de Lima Rehder (in memorian) – professor titular da disciplina de Oftalmologia e docente da FMABC durante 34 anos, que faleceu em novembro de 2018.

Defesa da tese de Doutorado ocorreu em 12 de dezembro na FMABC