Publicado em: 23/09/2016
O emprenho do Hospital Municipal Irmã Dulce na captação de órgãos e de potenciais doadores foi reconhecido como um dos melhores no Estado de São Paulo e na região pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Escola Paulista de Medicina. Os resultados renderam um troféu às equipes de Praia Grande. A premiação visa registrar o desempenho dos colaboradores e incentivar a manutenção das ações.
A intensificação na identificação de possíveis doadores em morte encefálica teve início em maio de 2010, quando profissionais passaram por capacitação específica para a notificação e captação de doadores de órgãos e tecidos. Segundo a médica Maria Odila Gomes Douglas, assistente técnica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e presidente da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Irmã Dulce, neste semestre o Hospital Municipal promoverá novo ciclo de capacitação de equipes. “Para continuarmos com resultados eficientes e obtermos o reconhecimento estadual, é preciso contarmos com uma equipe multidisciplinar qualificada”, garante.
As dificuldades peculiares a todos hospitais surgem no momento do diagnóstico de morte encefálica, em razão da situação emocional do familiar do doador, que muitas vezes não autoriza o procedimento. De acordo com a coordenadora de Enfermagem da UTI Adulto do HMID, enfermeira Maria Eliza Prado Monteiro, a conscientização da família é fundamental. Especializada em diagnóstico de morte encefálica e manutenção hemodinâmica de potenciais doadores, Eliza defende que uma ampla campanha seria importante. “O ideal é que já haja um entendimento da sociedade para que, quando algo ocorrer, esteja clara a vontade do doador para a família”, destaca.
Um doador falecido pode beneficiar mais de 12 pessoas com os seguintes órgãos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, ossos, pele e artérias. Para a retirada, é preciso que a morte encefálica seja confirmada em dois testes clínicos, além de confirmação por exames feitos por profissionais da Secretaria Estadual de Saúde. A doação só é autorizada quando existe consenso na família. Para isso, familiares passam por entrevista e assinam protocolo de doação. Finalmente, para ser doador não é preciso registrar a vontade em cartório nem fazê-la constar em documentos pessoais – basta avisar a família.