CHM de Santo André promove simpósio sobre doação de órgãos

Publicado em: 14/09/2018

Cerca de 100 pessoas participaram as palestras no auditório do hospital

Com objetivo de conscientizar sobre a doação de órgãos e estimular o diálogo sobre o assunto entre as famílias, o Centro Hospitalar Municipal de Santo André (CHMSA) Dr. Newton da Costa Brandão promoveu, dia 11 de setembro, a quarta edição de seu simpósio sobre o tema. A mesa de abertura foi composta pela diretora-geral do hospital, Dra. Maria Odila Gomes Douglas, pelo coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOT), Dr. Timóteo Moia Sanches Júnior, e pela secretária adjunta de Saúde, Dra. Rosana Grasso.

Dra. Maria Odila destacou a adesão do público, que lotou o anfiteatro do CHMSA. Cerca de 100 pessoas acompanharam as palestras. “Com certeza, os funcionários da Saúde e de outras secretarias, além dos estudantes de enfermagem e membros da sociedade civil que estiveram presentes, serão multiplicadores das informações transmitidas pelos convidados”, disse.

A secretária adjunta de Saúde destacou a importância do evento e o papel do CHMSA no diagnóstico dos casos de morte encefálica e na captação de órgãos para transplantes. “O hospital é referência regional em atendimentos de traumatologia e temos de cumprir com responsabilidade nosso papel para aumentar o número de doadores no país. Nesse sentido, o Centro Hospitalar foi muito feliz em evidenciar a conversa com os familiares em sua campanha interna deste ano”, destacou.

“A doação só acontece a partir da confirmação da morte encefálica e com a autorização de parentes. Um único doador pode salvar inúmeras vidas. Por isso, o diálogo entre familiares é fundamental e campanhas que estimulem as pessoas a serem doadoras também. Vale lembrar que alguns órgãos podem ser doados em vida”, reforçou Dr. Timóteo.

A proporção de doadores no Brasil cresceu 68% desde 2010, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). No entanto, o índice de recusa das famílias em autorizar os transplantes ainda é alto: chega a 42%, de acordo com dados de 2017. “São diversos os motivos para a recusa e, ao contrário do que muitos pensam, as convicções religiosas estão entre os últimos fatores. Ainda pesa a não manifestação em vida do desejo de ser doador”, comentou César Augusto Guimarães Marcelino, enfermeiro chefe da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos do Instituto Dante Pazzanese, referência do CHMSA para as notificações. Em sua palestra, ele abordou pontos relevantes do processo de doação e transplante.

O simpósio também contou com outros convidados. A enfermeira Vanessa Ayres Carneiro Gonçalves, coordenadora da Organização de Procura de Órgãos da Escola Paulista de Medicina, falou sobre a importância da equipe multiprofissional antes e depois da realização de um transplante.

Já Edvaldo Leal de Moraes, coordenador de enfermagem da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), destacou a relevância da entrevista com os familiares de um potencial doador. “O órgão nunca pode ser mais importante que a família. Do contrário, não vamos diminuir nossa taxa de recusas. É todo um trabalho de humanização que começa com a entrada das famílias dentro de um hospital e passa pelo entendimento a respeito da morte encefálica”, salientou.

PROJETO DOAÇÃO 360

Membro da ABTO, a enfermeira Renata Leite apresentou o “Projeto Doação 360”, que conta com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde e da Central Estadual de Transplantes. A proposta é promover o intercâmbio entre as instituições de saúde públicas e privadas e as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) para identificar novos doadores e garantir a continuidade e o sucesso do processo.

A Prefeitura de Santo André é parceira do projeto na capacitação de profissionais, que envolve outros equipamentos municipais. Entre eles, o PA Central, o PA Vila Luzita, a UPA Sacadura Cabral e o Hospital da Mulher. “Precisamos garantir o direito das famílias de terem o diagnóstico correto de morte encefálica. Sem esquecer que Santo André tem dois equipamentos importantes para a comunicação dos casos: o Hospital Estadual Mário Covas e o próprio Centro Hospitalar Municipal”, afirmou Renata.