Publicado em: 19/04/2013
Parceria entre Prefeitura de Santo André e Fundação do ABC – Faculdade de Medicina do ABC, o Centro Hospitalar Municipal (CHM) – antiga Santa Casa – ampliará os leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto. Hoje porta de entrada dos casos de urgência e emergência do município, a unidade dobrará a capacidade passando de 17 para 34 os leitos destinados a pacientes potencialmente graves acima de 18 anos. A reforma está em fase final e a previsão de entrega é 30 de abril.
Além da ampliação dos leitos nível 2 credenciados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a UTI, que funciona no terceiro andar do hospital, passa por readequação física, desde troca de piso e pintura até total substituição das partes elétrica e hidráulica. O investimento é de R$ 2,15 milhões, sendo R$ 2 milhões em equipamentos e R$ 150 mil da reforma, com recursos do Fundo Municipal de Saúde. O sistema de ventilação do prédio por ar condicionado central, que funciona em setores fechados como o centro cirúrgico e UTI, também passa por conserto. Ficou desativado por pelo menos 15 anos e o custo da remodelação é de R$ 265 mil, com manutenção mensal de R$ 20 mil. A cozinha, de uso exclusivo dos funcionários e colaboradores, também está sendo reformada. “São serviços que não aparecem para a população, mas são fundamentais para o funcionamento pleno do hospital”, afirmou o secretário de Saúde, o médico Homero Nepomuceno Duarte.
A carência de leitos de UTI não se trata de problema crônico apenas do Grande ABC, mas dos serviços públicos e privados de saúde do país. No CHM, a ampliação atenderá grande necessidade do complexo hospitalar. “Sem dúvida, não só suprirá a demanda, mas aliviará o atendimento geral aqui”, avaliou o médico José Antônio Souto Tiveron, diretor do hospital. Somente nos dois primeiros meses do ano, o Pronto Socorro prestou 21.108 atendimentos à população dependente do SUS.
Em geral, a UTI abriga casos mais graves, de alta complexidade ou com necessidade de internação pós-operatória – principalmente pacientes idosos ou vítimas de traumas –, o que implica em mais tempo de recuperação no leito. Diante dessa lógica, a direção do hospital enfrenta problema de reagendamento de cirurgias eletivas – que não precisam ser realizadas em caráter de urgência. “Com a ampliação dos leitos, acreditamos que diminuiremos esse problema”, apontou Tiveron, que é médico especialista em cirurgias do aparelho digestivo, além de nutrólogo.
O CHM também realiza cirurgias de grande porte, especialmente em alguns casos de câncer, o que implica na demanda de leitos de UTI. As principais operações realizadas são as de ortopedia, por fraturas de ossos, além de hérnias e colecistectomias (retirada da vesícula biliar) pela cirurgia geral. Em 2012, 3.667 procedimentos foram realizados no centro obstétrico. Em janeiro deste ano, 279.
Além da adequação do espaço físico, novos equipamentos serão adquiridos e integrarão a UTI do Centro Hospital Municipal, como monitores multiparâmetros, modernos respiradores, duas centrais de monitorização de pacientes e vigilância 24 horas. A secretaria de Saúde também solicitou recursos para mais três leitos de UTI pediátrica, ala localizada no segundo andar. Hoje, dos nove existentes, apenas seis são credenciados pelo SUS, de acordo com Tiveron.
A portaria 466 do Ministério da Saúde, de 4 de junho de 1998, regulamenta tecnicamente o funcionamento das UTIs. Em todo hospital público ou privado, com capacidade igual ou superior a 100 leitos, há obrigatoriedade da existência de Terapia Intensiva. O CHM possui 207 leitos oficiais e 24 complementares (17 de UTI adulto, seis de UTI infantil e um isolamento).
Unidade de traumatologia
Referência regional nas áreas médicas de ortopedia e traumatologia, neurocirurgia, cirurgia geral, oftalmologia e bucomaxilofacial, o CHM recebe grande demanda diária de vítimas de acidentes de trânsito, principalmente de motociclistas. O próprio envelhecimento da população é outro fator que implica no recebimento de pacientes traumatizados, com os vários tipos de fraturas ósseas, principalmente do colo de fêmur. “São casos que geralmente implicam em internação em leito de UTI após a cirurgia”, ressaltou o diretor.
Foi com esse olhar que a secretaria de Saúde criou projeto para Unidade de Traumatologia, que funcionará como enfermaria para pacientes vítimas de traumas. Serão 26 leitos e o novo espaço será construído no primeiro andar, no lugar da antiga diretoria. Em fevereiro, o setor foi transferido para imóvel alugado que abrigava o PID (Programa de Internação Domiciliar), serviço oferecido pela Prefeitura. “Em uma área assistencial, como de um hospital, o setor administrativo funcionava no mesmo espaço físico, o que não é o ideal”, justificou Tiveron.
A ampliação dos leitos de enfermaria de trauma consta de uma terceira fase de obra, com entrega prevista para o final de junho.