Publicado em: 17/07/2015
Entre os equipamentos do Grande ABC, o Centro Hospitalar Municipal de Santo André (CHM), ex-Santa Casa, ocupa atualmente o primeiro lugar no ranking do Estado como hospital notificador e captador de órgãos em casos de morte encefálica. Na classificação geral da Central de Transplantes, o complexo deixou a 11ª posição e subiu para a 6ª colocação entre os hospitais cadastrados no Estado de São Paulo, segundo o último levantamento – de 1º de janeiro a 11 de junho. Na prática, a mudança de posição representa 35 órgãos captados, dos quais 20 rins, um fígado e 14 córneas, doados efetivamente às pessoas que aguardavam em fila de espera. Em Santo André, atualmente são 215 na lista.
Para subir no ranking da Secretaria de Estado da Saúde, o CHM registrou neste ano, no mesmo período, 25 notificações e 10 efetivações de órgãos à Central de Transplantes de São Paulo. No Grande ABC, por exemplo, a unidade está à frente do Hospital Estadual Mário Covas (2º), em Santo André, e do Hospital Dr. Radamés Nardini (9º), em Mauá, além das unidades privadas – Hospital e Maternidade Brasil (11º) e Hospital Santa Helena (17º), ambas em território andreense.
O CHM também lidera a lista com vários outros equipamentos de São Paulo, principalmente os localizados na região da Zona Leste, casos do Hospital Municipal do Tatuapé (4º) e Hospital Público Municipal Ermelino Matarazzo (7º). Em 2013, o hospital público andreense ocupava o 33º lugar – quando a direção da unidade andreense reativou a Cihdott (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), hoje nomeada CIHT (Comissão Intra-hospitalar de Transplante).
De lá para cá, no total, 117 órgãos foram captados – a maioria rins (60). No primeiro trimestre do ano passado, das 12 notificações, dois corações para doação em uma verdadeira “operação de guerra” na luta para salvar duas vidas, conforme recordou o enfermeiro Paulo Cezar Ribeiro, coordenador da CIHT no CHM.
Para Ribeiro, o novo cenário do CHM no ranking geral do Estado representa, antes de tudo, o comprometimento da equipe com a causa, seguido da conscientização dos profissionais e do treinamento do grupo. “Mas ainda estamos longe do ideal. Do que chamamos de cultura de doação de órgãos”, ponderou o enfermeiro, especialista na área pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente são cinco profissionais que integram a comissão multidisciplinar, entre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.
Criar cultura de doação no âmbito hospitalar, segundo Ribeiro, é trazer a possibilidade de veicular informação, propiciar espaço de reflexão e medidas eficazes para que o processo ocorra de forma satisfatória. “Assim, viabilizaremos potenciais doadores, aumentaremos os números de captações e transplantes para diminuirmos a fila de espera de pessoas que aguardam por um órgão”, afirmou.
Neste caso, são funções dos integrantes da CIHT identificar potenciais doadores, fazer a abordagem de seus familiares nos casos de vítimas com morte encefálica e a articulação do CHM com a Central de Transplantes de São Paulo. “Fora a aceitação, o entendimento dos familiares nesse processo ainda é um entrave”, apontou o enfermeiro.
No Grande ABC, atualmente são 751 vidas à espera de uma chance de sobrevida, segundo dados da Central de Transplantes do Estado de São Paulo: Santo André (215), São Bernardo (221), São Caetano (54), Diadema (131), Mauá (95), Ribeirão Pires (25) e Rio Grande da Serra (10). O rim é o órgão com maior demanda: 677.
NOVOS EQUIPAMENTOS
A Secretaria de Saúde de Santo André entregou em 8 de junho 228 itens entre equipamentos nas áreas da atenção básica, especializada e urgência/emergência, além de computadores para informatização dos serviços de assistência farmacêutica e programas de imunização, entre outros. Na oportunidade, o prefeito Carlos Grana conheceu as instalações do almoxarifado da Pasta, no Jardim Silveira, onde ficam armazenados medicamentos, materiais de enfermagem e dietas para alimentação por sonda distribuídos à população na rede municipal.
Entre os equipamentos, destaque para o eletrocardiógrafo, que realiza exames de eletrocardiograma, e também para o cardioversor, com módulo DEA, que monitora os batimentos cardíacos e produz choque elétrico para reversão de paradas cardiorrespiratórias e arritmias. Algumas unidades receberam ainda o otoscópio, para avaliação médica do ouvido, o oxímetro de pulso, que mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue, e o laringoscópio adulto e infantil, para o exame de laringe.
Para o secretário de Saúde, Dr. Homero Nepomuceno Duarte, os novos equipamentos qualificam o atendimento à população. Santo André é um dos 485 municípios do país, mais o Distrito Federal, contemplados no QualiSUS-Rede, projeto de formação e melhoria da qualidade da rede de atenção à saúde e vinculado ao Ministério da Saúde. O programa do Governo Federal, implementado há três anos, possui financiamento do Banco Mundial.
Entre os 124 computadores entregues, 47 foram destinados às farmácias da rede municipal, inclusive à rede de atenção psicossocial. A iniciativa, neste caso, faz parte do Qualifar-SUS, Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde. Na prática, o reforço representa mais agilidade no atendimento ao usuário e melhor organização dos estoques de medicamentos. Também prevê a realização de cursos de capacitação aos profissionais e gestores da área. No Brasil, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de 5.112 computadores e 1.704 impressoras a laser para informatizar os serviços farmacêuticos dos municípios.
No caso de Santo André, os computadores também são direcionados às salas de vacina, a fim de propiciar os dados individuais sobre a situação epidemiológica da cidade, por local de ocorrência da imunização, para o planejamento das ações necessárias.