Cirurgia oncológica rara é realizada por equipes do CHM de Santo André

Publicado em: 22/01/2021

Exenteração pélvica, tradicionalmente realizada em grandes centros oncológicos, envolveu profissionais de Urologia e Coloproctologia

 

Equipe do CHMSA responsável pelo procedimento

Equipes do Centro Hospitalar Municipal de Santo André (CHMSA) se mobilizaram para a realização de um procedimento oncológico complexo e raro, com resultado cirúrgico bem-sucedido. Uma exenteração pélvica, raramente feita em unidade hospitalar, envolveu profissionais das especialidades de Urologia e Coloproctologia da unidade para a retirada de um tumor localizado na região retal de um paciente de 49 anos. A cirurgia ocorreu em 7 de janeiro.

“Era um grande tumor de reto que invadia a próstata e a bexiga do paciente, teoricamente ainda fora da faixa etária considerada de risco para esse tipo de câncer”, explica o urologista do CHMSA, Dr. Anis Taha.

O câncer colorretal surge no reto ou no intestino grosso. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma, que representa cerca de 95% dos casos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o terceiro tipo mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres. A estimativa é de que quase 41 mil casos novos sejam diagnosticados no Brasil no triênio 2020/2022. O risco aumenta com a idade, sendo mais comum após os 50 anos.

“Tivemos resultados iniciais muito satisfatórios no que se refere a tempo operatório adequado, perda sanguínea, retirada da lesão em bloco e realização de linfadenectomia (remoção cirúrgica de linfonodos com fins diagnósticos, curativos ou profiláticos)”, comemora Dr. Anis. O paciente teve alta médica no dia 13 de janeiro.

IMPORTÂNCIA

Por se tratar de uma cirurgia de alta complexidade, feita comumente em grandes centros oncológicos, a exenteração pélvica requer uma série de cuidados técnicos, além do comprometimento de vários profissionais junto às equipes de anestesistas, enfermeiros, nutricionistas e nutrólogos. Apesar de toda a dificuldade técnica, o procedimento tende a promover ao paciente a cura cirúrgica da doença.

“É um procedimento de grande porte que não costumamos fazer rotineiramente. De forma intra-hospitalar é raro, de um a cada cinco anos, até porque muitas vezes o paciente já chega numa condição em que a intervenção cirúrgica não é mais possível, infelizmente”, relata a coloproctologista que atende há 25 anos no CHMSA, Dra. Sandra Boratto, também membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). “A última cirurgia semelhante foi feita no hospital há sete anos e, infelizmente, não teve o mesmo desfecho”, recorda a médica.