Cresce demanda por Serviço Social na UPA

Publicado em: 15/04/2013

Inserida na região mais populosa de Praia Grande, a Curva do “S”, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. Charles Antunes Bechara vem registrando aumento de demanda pelo setor de Serviço Social. Segundo a assistente social Paula Bernardino, em outubro de 2012 foram 79 atendimentos, contra 129 registrados em fevereiro deste ano – aumento de 62%.

O setor foi implantado pela Fundação do ABC (FUABC), que em Praia Grande gerencia a UPA, o Hospital Municipal Irmã Dulce e o Pronto-socorro Central. O hospital conta ainda com a assistente social Caroline Cristien Galdino e o PS Central com Edmea Ramos e Rita de Cássia Moura Rocha. Todas atendem usuários em salas privativas junto às recepções.

Coordenando o Serviço Social do Irmã Dulce, a assistente social Renata Carvalho também sente o aumento significativo. Em 2010, a média era de 70 a 80 atendimentos por mês. Atualmente é de 320. No complexo, o setor fechou o ano passado totalizando 5.374 atendimentos.

O Serviço Social se ocupa de demandas relacionadas à cidadania, intervindo em situações sociais que interferem no tratamento ou na alta médica. As assistentes sociais buscam oferecer informações sobre direitos e deveres, facilitar o acesso aos recursos da rede pública e notificar casos de abandono ou outras ocorrências aos órgãos responsáveis.

No hospital, fazem agendamentos para exames e procedimentos externos e remoções pelo serviço terceirizado de ambulância. No pré-alta, marcam consultas de seguimento para casos mais graves, encaminhamentos a outros serviços da rede e asseguram a presença de responsável sempre que necessário. Todas as ações são registradas em relatórios diários à Diretoria Técnica, a qual o setor está subordinado. “Nossa atuação é muito ampla”, frisa Renata Carvalho, que completa: “Trabalhamos na inserção das pessoas no papel de cidadão. Cidadania é uma jornada de mão dupla: direitos e deveres caminham juntos”.

Para resolver questões sociais relacionadas ao paciente ou à família, as profissionais trabalham em parceria e mantém conexão com órgãos, secretarias municipais e conselhos, entre outros. A integração com a equipe multidisciplinar também é saudável, uma vez que o serviço pode ser acionado por outros profissionais ao detectar situação-problema. “A equipe pode nos chamar a qualquer momento para avaliação de caso”, afirma Renata.

O suporte do Serviço Social é imprescindível diante de pacientes sem acompanhantes ou não identificados. “Em busca da identificação, reunimos informações com a polícia, cartórios e até em outras cidades”.

Na Unidade de Psiquiatria do hospital, Renata trabalha no projeto de orientação dos familiares sobre o tratar em liberdade após a alta, ao lado da psicóloga Vanessa Bizzo e da enfermagem. Renata preside a Comissão de Humanização e integra o Apoio Técnico aos voluntários. Tantas atividades exigem perfil. “Não é como o Serviço Social de uma empresa. Atuamos numa unidade de saúde que atende pessoas fragilizadas, no ápice do estresse. Quem lida com a vida tem que ter esse respeito, esse comprometimento”.

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