Dia Internacional da Mulher: Doenças cardiovasculares são inimigas silenciosas

Publicado em: 10/03/2023

Problemas no coração matam proporcionalmente mais mulheres do que homens no País 

 

Divulgação/FMABC

O Dia Internacional da Mulher é uma data importante não apenas para celebrar as conquistas e a importância das mulheres na sociedade, mas também para garantir a qualidade de vida de todas elas. E para isso é importante fazer um alerta para inimigas que às vezes são silenciosas, mas que vitimam milhares de mulheres no mundo todos os dias: as doenças cardiovasculares.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil por dia. No Brasil, estima-se que mais de 30% das mortes femininas sejam derivados dessas doenças, superando outras causas que costumam ser relacionadas às mulheres, como cânceres de mama e de colo do útero.

Além disso, os dados também mostram que, proporcionalmente, as doenças cardiovasculares matam mais mulheres (32% dos óbitos registrados) do que homens (28%). Números que contradizem uma percepção histórica da sociedade, que costuma relacionar mais problemas do coração ao gênero masculino.

“Por muitas décadas se associava a doença cardiovascular como algo que acometia somente homens. Mas isso não é verdade”, explica Carla Lantieri, cardiologista e médica assistente da disciplina de Cardiologia no Centro Universitário FMABC, em Santo André.

Segundo a especialista, além dos fatores de risco para problemas no coração que também atingem os homens, como sedentarismo, obesidade, diabetes, excesso de colesterol e/ou triglicérides, hipertensão arterial, estresse, tabagismo, e qualidade ruim do sono, existem alguns aspectos que são exclusivos do gênero feminino.

“Associados aos fatores tradicionais, podemos dizer que complicações na gravidez e até mesmo o uso de anticoncepcionais, que podem desencadear em hipertensão arterial, são algumas causas de doenças cardiovasculares em mulheres”, explica a médica. 

PREVENÇÃO

Para reduzir os riscos das doenças é recomendado que as mulheres iniciem desde cedo os cuidados com a saúde, inclusive o acompanhamento cardiológico, que é ainda mais recomendado caso já existam registros de problemas de coração em pessoas da família.

“Desde a primeira infância é importante fazer avaliações. Crianças com sobrepeso e colesterol elevado também costumam ser encaminhadas para o cardiologista pelo pediatra. A doença ateroscleróstica, por exemplo, se manifesta muito precocemente, por isso é importante monitorar desde cedo”, explica Lantieri.

A cardiologista também destaca alguns hábitos que podem diminuir as chances de doenças desse tipo. “É muito importante ter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos regularmente, manter um equilíbrio emocional e espiritual e preservar a boa qualidade do sono, além de reforçar a importância da avaliação periódica do coração”.

Ela informa, ainda, que alertar sobre a prevenção é tarefa contínua de toda a equipe de saúde, tanto na rede pública como suplementar. “Faz-se necessário que a mulher receba acolhimento, acompanhamento e tratamento adequado, para que consigamos frear os eventos cardiovasculares na mulher, como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e/ou doenças periféricas obstrutivas” conclui.