Publicado em: 05/01/2021
O Centro Universitário FMABC e o Hospital de Nardini de Mauá conquistaram em dezembro o Prêmio Amigo do Meio Ambiente, concedido anualmente pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo às organizações que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) em âmbito nacional e que se destacaram por iniciativas de proteção ao meio ambiente e sustentabilidade. A premiação ocorreu durante a 13ª edição do Seminário Hospitais Saudáveis (SHS), transmitida virtualmente entre os dias 7 e 10 de dezembro devido à pandemia de Covid-19.
O trabalho “Impacto da pandemia do Covid-19 na geração de resíduos no Centro Universitário FMABC” conquistou a premiação máxima do evento com o trabalho de conscientização implementado após análise comparativa e proporcional do índice de geração de resíduos infectantes observado nos períodos entre janeiro e setembro de 2019 e 2020. No ano passado, 20% do total de resíduos gerados no campus eram de origem infectante, considerando os grupos orgânico, reciclável, químico e perfurocortante. No mesmo período deste ano, o índice subiu para 27%, o que corresponde ao acúmulo de 16 mil kg. A alta é motivada pela quantidade de exames de Covid-19 realizada desde março no Laboratório de Análises Clínicas da FMABC, responsável pela análise diária de cerca de 900 amostras vindas de pacientes de 10 cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Apenas no período mencionado foram feitos quase 77 mil exames no Laboratório da FMABC, onde atuam 350 funcionários diretos.
O estudo gerou ação imediata e a criação de um cronograma de visitas técnicas nas áreas geradoras de resíduos infectantes, com objetivo de impedir o aumento do indicador e promover a conscientização entre colaboradores assistenciais e administrativos. A iniciativa foi denominada Diálogos Semanais de Sustentabilidade (DSS), com foco na orientação contínua sobre o descarte adequado de resíduos e a prevenção aos riscos de contaminação.
Os colaboradores de cada setor do campus universitário passarão a receber, a partir de janeiro de 2021, treinamento periódico com orientações sobre como cada tipo de resíduo deve ser segregado, instruções sobre pesagem diária, além de serem informados sobre o alto custo do tratamento, a destinação final dos resíduos e os riscos ambientais da prática do descarte incorreto. Também serão criadas novas normatizações em relação à rotina do manejo de todos os tipos de resíduos gerados no campus, inclusive com fiscalização do cumprimento das atividades pertinentes ao Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS). As ações serão coordenadas pelo supervisor de Meio Ambiente da FMABC, Danilo Correa Cordeiro.
A prática de gerenciamento dos resíduos de forma adequada busca aumentar a vida útil dos aterros sanitários; preservar a saúde pública e os recursos naturais; reduzir custo com o tratamento e destinação final dos resíduos infectantes e educar e conscientizar funcionários do campus sobre o descarte correto dos resíduos.
MAIS RESULTADOS
Apesar do aumento no índice de resíduos infectantes, a queda geral na emissão de resíduos foi expressiva em comparação aos dois períodos: 31,8 mil kg deixaram de ser gerados no período (de 90,6 mil para 58,8 mil, considerando todos os tipos de resíduos). A queda é motivada por fatores como o início do período de quarentena no Estado de São Paulo; a suspensão das aulas presenciais no campus; redução substancial da quantidade de atendimentos e consultas no Ambulatório de Especialidades da FMABC, além da implantação de regime de home office para cerca de metade dos 1.160 funcionários da FMABC.
Na edição de 2019 do Seminário Hospitais Saudáveis, a FMABC conquistou pela primeira vez o Prêmio Amigo do Meio Ambiente após implantação de projeto que alcançou economia de R$ 67 mil com o custo do tratamento de resíduos infectantes entre os anos de 2017 e 2018 no campus universitário.
O Hospital Nardini de Mauá conquistou o Prêmio Amigo do Meio Ambiente em 2020 com a apresentação de três iniciativas que buscaram a redução de consumo de material descartável e a geração de resíduos no meio ambiente. Com a implantação dos projetos, foi possível fortalecer a conscientização dos colaboradores quanto à necessidade de criar e manter uma cultura sustentável no hospital.
Uma das primeiras ações foi realizada no refeitório da unidade, em 2019, com o lançamento de uma campanha para coleta de materiais recicláveis feita em parceria com o setor de Nutrição. Foram removidos os forros de papel das bandejas de refeição e as embalagens plásticas dos talheres. Em paralelo, a unidade promoveu ações de conscientização junto a profissionais e usuários sobre o uso racional de copos plásticos e guardanapos no refeitório. Apenas no primeiro semestre de 2019, deixaram de ser descartados 947 quilos de papeis utilizados nas bandejas e 37 quilos de embalagem plástica para talheres. Entre janeiro e junho daquele ano, foram servidas na unidade 37.881 refeições para pacientes, funcionários e acompanhantes.
Em maio do mesmo ano, o setor de Gerenciamento de Resíduos do hospital criou uma campanha de Amigo Secreto para estimular a conscientização dos colaboradores quanto ao consumo responsável de copos descartáveis. Organizada por setores e a partir da mobilização de coordenadores, a proposta era presentear os colegas de trabalho com squeezes, copos ou canecas. A iniciativa deu certo. Em comparação com o ano anterior, a redução no uso de copos descartáveis caiu praticamente pela metade: de 63,2 mil copos para 32,1 mil. Já a economia foi de R$ 584,64. O levantamento foi realizado pelo sistema MV com base nos relatórios de consumos dos departamentos.
Por fim, em agosto do mesmo ano, o hospital produziu e distribuiu copos personalizados, com os nomes gravados, para todos os colaboradores do hospital. Os itens foram confeccionados com recursos oriundos do próprio material reciclado, mensalmente vendido a cooperativas de reciclagem. À época, o evento de entrega contou com palestras sobre a importância da preservação do meio ambiente, além da apresentação dos projetos sustentáveis promovidos no hospital desde 2013, como coleta de pilhas e baterias, óleo usado, reciclagem de papelão, plásticos, papel branco e galões de água.