Equipe do Irmã Dulce ajuda morador de rua a reencontrar a família

Publicado em: 15/09/2017

Há 30 anos fora de casa, paciente sofreu grave AVC e ficou dois meses internado em unidade da Praia Grande

 

Serviço Social do hospital localizou familiares no Paraná, para onde Aninvaldo retornou na companhia do irmão

Mais de dois meses após ser internado praticamente desenganado, no Complexo Hospitalar Irmã Dulce da Praia Grande, o morador de rua Anivando Gonçalvez Pires, 45 anos, há 30 anos longe da família, recebeu alta no fim de agosto. O paciente, enfim, voltou para casa com irmão, em Terra Boa, município do Paraná.

Com a melhora do quadro clínico, o transporte até a cidade pôde ser feito pela Secretaria de Promoção Social de Praia Grande. Para seguir viagem, roupas e uma cadeira de rodas foram doadas pelo Serviço Social do Irmã Dulce.

Vítima de um sério Acidente Vascular Cerebral (AVC), Anivando foi socorrido em julho por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Estava inconsciente e com sinais vitais precários. Baseado em documentos que portava, o Serviço Social da unidade passou a levantar informações sobre a história do paciente, que tem família no Paraná. Descobriu-se, então, que a mãe de Anivando esteve à procura de informações do filho durante os 30 anos de sua ausência. Ele teria fugido de casa quando era adolescente, inconformado com a separação dos pais.

Para a responsável pelo Serviço Social do Irmã Dulce, a assistente social Renata Carvalho, o encontro dos familiares do paciente foi tão especial quanto sua recuperação. “Sabíamos que era uma família muito humilde, mas por recear que o paciente não resistisse, nossa equipe se empenhou em convencer os familiares a virem vê-lo. Seu estado era crítico para suportar uma possível remoção por mais de nove horas de viagem, ainda que de ambulância. Então, seria uma chance de a família reencontrá-lo com vida”, disse.

Segundo o diretor técnico do Irmã Dulce, Dr. Manoel Nunes Cardoso Neto, a alta médica foi uma resposta à excelência no atendimento. “Por não responder aos movimentos do corpo quando foi internado, o paciente recebia alimentação por sonda. Ao reagir bem às medicações, começou a recuperar os sentidos e passou a ter atenção da equipe de fisioterapia. A alta médica foi então providenciada uma vez que toda a recuperação agora pode ser feita em casa”.

Com limitações em um dos lados do corpo, Anivando continuará precisando de ajuda para se locomover. Timidamente, ele se despediu dos funcionários do hospital e agradeceu pelo atendimento recebido. “Agradeço a todos que me ajudaram. Estou feliz por poder voltar para minha família”.