Evento no Hospital da Mulher de Santo André conscientiza sobre a prematuridade

Publicado em: 21/11/2024

Festa dos Prematuros orienta sobre cuidados com os bebês, homenageia famílias e celebra quase 90% de altas na UTI Neonatal

 

Fotos: Helber Aggio/PSA

Para marcar o Mês de Conscientização sobre a Prematuridade, o Hospital da Mulher de Santo André promoveu nesta semana a tradicional Festa dos Prematuros. O evento, que ocorre anualmente, reuniu colaboradores, mães e pais de recém-nascidos internados na UTI Neonatal, além de famílias cujos bebês foram atendidos na unidade hospitalar, localizada no Parque Novo Oratório, e já tiveram alta.

A festa em 19 de novembro foi marcada pela entrega de lembrancinhas para os bebês, iniciativa do grupo de voluntariado Naninhas do Riso, além de certificados com os dados dos prematuros, como nome, data de nascimento, peso e medidas – também uma forma de homenagem às mães dos internados. Para completar, as folhas foram carimbadas com os pezinhos dos bebês. Ainda foi servido um café da manhã especial e foi realizada apresentação musical com a equipe hospitalar de humanização, que emocionou os presentes.

Antes do evento, os convidados assistiram palestra com a pediatra neonatologista Claudia Giollo, coordenadora médica da UTI Neonatal do Hospital da Mulher. A profissional falou sobre a importância do pré-natal como forma de prevenção da prematuridade, dos protocolos de atenção na incubadora e dos cuidados pós-alta, incluindo o suporte oferecido pelo equipamento e pela rede de saúde andreense, como consultas mensais com pediatra e outros especialistas, exames laboratoriais trimestrais, fisioterapia motora e respiratória, vacinação, entre outros.

“No Hospital da Mulher de Santo André temos todo o suporte para cuidar e evitar o aumento da morbidade dos bebês, desde o ingresso na UTI Neonatal, onde adotamos o protocolo Golden Hour (Hora Dourada), um estímulo do vínculo de mães e bebês imediatamente após o parto, até o acompanhamento pós-alta”, explicou a médica.

Entre os presentes, Ianca Cardoso e Jessé dos Santos, moradores da Vila Luzita, estavam com a pequena Helena, segunda filha do casal. A menina nasceu de 36 semanas, com dificuldade respiratória, e passou alguns dias na UTI Neonatal. “Ela recebeu todo o cuidado no hospital e seguimos acompanhando seu desenvolvimento. Agora está com 38 semanas e ótima de saúde”, comemorou a mãe.

Já Aline Galindo, moradora do Jardim do Estádio, acompanha o filho, Kaynan Lucas, ainda internado, e viu no evento uma oportunidade de receber mais instruções sobre os cuidados com os prematuros. “Meu filho é um milagre de Deus porque nasceu com 750 gramas, de 26 semanas, após uma cesárea de emergência. Minha bolsa estourou antes do tempo e fiquei dois meses e meio internada. Porém, ele teve todos os cuidados no Hospital da Mulher, está com 1,8 kg, foi para o berço e espero que em dezembro vá para casa. Isso me motiva e dá esperança”, contou.

“Aqui tenho aprendido muita coisa. Os profissionais do hospital me acolheram bastante e têm cuidado dos meus filhos muito bem”, agradeceu Jéssica da Silva, do Jardim Santo André, mãe dos prematuros Rebeca e Samuel, que nasceram de 32 semanas, em 27 de março deste ano, pesando 1,6kg e 1,3 kg, respectivamente. Os gêmeos seguem internados sob cuidados da equipe multiprofissional.

“Nós devemos celebrar que quase 90% dos bebês que internam em nossa UTI Neo têm alta. Esse é o nosso legado”, reforçou Dra. Claudia Giollo.

Paciente da médica que coordena a UTI Neonatal, Lucas, de 8 anos, participou do evento com a avó, Regina, e a mãe, Ana Paula Serra. Após contrair uma infecção, durante uma viagem de trabalho, ela teve bolsa rota (ruptura prematura das membranas que envolvem o bebê) e o menino nasceu com 28 semanas. “Ele não teve sequelas e leva uma vida normal graças aos cuidados no pós-parto”, contou Ana Paula às mamães e papais presentes.

NOVEMBRO ROXO

Com destaque para o Dia Mundial da Prematuridade (17 de novembro), este é o mês dedicado à conscientização sobre o tema. Os dados têm o objetivo de alertar sobre o aumento dos partos prematuros, como preveni-los e as consequências do nascimento antecipado para o bebê, a família, a sociedade e as equipes de saúde.

O roxo simboliza a sensibilidade e a individualidade, características peculiares dos bebês prematuros. A cor também significa transmutação e mudança.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação. A prematuridade extrema inclui os nascidos antes de 28 semanas – com maiores riscos (inclusive de morte) – e aqueles que, mesmo nascendo após 28 semanas, também apresentam saúde frágil.

Estudo da OMS revela que, anualmente, 15 milhões de bebês nascem prematuramente em todo o mundo e mais de 1 milhão deles morrem logo após o parto. A prematuridade é a segunda causa de morte entre crianças menores de 5 anos, ficando atrás apenas da pneumonia e sendo considerada um grave problema de saúde pública no Brasil.

Desde 2008, o Dia Mundial da Prematuridade reúne indivíduos e organizações de mais de 100 países em atividades e eventos que visam abordar a questão do aumento do número de recém-nascidos prematuros, melhorar a situação dos bebês e suas famílias e promover políticas públicas que incentivem prevenção, humanização do cuidado e tratamentos adequados.

“O prematuro não pode perder peso, por isso, é monitorado 24 horas. Atualmente, temos uma taxa de infecção muito baixa em nossa UTI Neonatal e uma equipe qualificada para garantir a alta segura desses bebês. O importante é tirá-los da ventilação mecânica o mais rápido possível”, finalizou a coordenadora médica da UTI Neonatal do Hospital da Mulher.