FMABC inicia estudo sobre impactos da pandemia da Covid-19 nas favelas brasileiras

Publicado em: 03/03/2023

Pesquisa busca apresentar propostas para melhoria da saúde da população mais excluída no período da pandemia

 

Diuvlgação/FMABC

O Centro de Estudos de Saúde Coletiva (Cesco), órgão vinculado ao Centro Universitário FMABC, iniciou um estudo científico sobre os impactos sofridos pelas favelas desde o surgimento da pandemia da Covid-19. A pesquisa terá 2 anos de duração e mostrará como a saúde da população de baixa renda foi afetada de 2020 em diante, com o cenário pandêmico.

O projeto científico é formado por uma equipe de 24 pessoas, incluindo 12 pesquisadores vinculados a importantes instituições. Além do Cesco/FMABC, fazem parte da iniciativa a Secretaria de Saúde de Santo André, a Universidade Federal do ABC, a Universidade de Linköping da Suécia, a Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), a Fundação Getúlio Vargas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Organização Não-Governamental “Coletivo Nasa”.

Na região do Grande ABC, o local escolhido para estudo foi o Morro da Kibon, comunidade localizada na cidade de Santo André. Silmara Conchão, professora da FMABC e presidenta do CESCO, explica que as pesquisas mostrarão como as políticas públicas devem ser elaboradas para diminuir os diversos efeitos negativos causados.

“Os estudiosos analisarão não só como a pandemia da Covid-19 mudou a vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos que vivem em favelas, mas também quais medidas devem ser tomadas para que populações mais vulneráveis possam viver melhor em momentos de crise sanitária como a que atravessamos”, destaca.

Para Marco Akerman, médico sanitarista e coordenador geral do projeto, a saúde não depende apenas de critérios biológicos e clínicos. “Há um vasto conjunto de condições fundamentais para a garantia da saúde, como a casa em que se mora, a renda, a qualidade da alimentação, do ar que se respira, entre muitos outros itens que chamamos de Determinantes Sociais de Saúde, os DSS. Esses igualmente serão parâmetro em nosso estudo”, explica o médico.

Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto tem como referência as metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

São 17 objetivos para serem alcançados até o ano de 2030 e englobam os principais temas com vistas a melhorar a qualidade de vida de todas as populações, destacando-se o fim da pobreza, a saúde, a educação, o trabalho decente, a redução das desigualdades, a paz, entre outras metas sociais, econômicas e ambientais.

Segundo Eduardo Magalhães, coordenador científico da pesquisa, é importante que os dados sejam não apenas profundamente analisados, mas também organizados de maneira que possam contribuir para melhores políticas públicas, além de serem amplamente divulgados a toda a sociedade em linguagem compreensível.

“Entre os resultados e serviços previstos na pesquisa, estão cursos, cartilhas, artigos científicos e jornalísticos, livros, website, redes sociais on-line, relatórios e seminários que disseminarão os conhecimentos produzidos a toda a sociedade. Nosso dever enquanto pesquisadores é tornar pública e acessível a ciência, combatendo, assim, o negacionismo que tanto prejudica a saúde coletiva”, finaliza.