Publicado em: 25/02/2013
Programa Fundação Sustentável já iniciou revisão e padronização dos planos de gerenciamento de resíduos para unidades nossas-unidades
Gestora de mais de 20 equipamentos de saúde no Grande ABC e Baixada Santista, a Fundação do ABC faz planos para integrar as comissões de gerenciamento de resíduos de todas as unidades.
Trata-se de órgão responsável por aplicar de maneira correta a gestão ambiental de todos os resíduos gerados. Hoje cada mantida desenvolve o trabalho de maneira própria. A partir deste ano, a ideia é que os membros das comissões se reúnam periodicamente na sede administrativa da FUABC a fim de trocar experiências, discutir pontos positivos e negativos das políticas em andamento e otimizar os trabalhos.
Para o início da integração, a FUABC – por meio do Programa Fundação Sustentável – está revisando e desenvolvendo novos planos de gerenciamento de resíduos para as nossas-unidades que solicitam o trabalho. Plano 100% novo foi formatado e entregue em outubro passado ao Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Praia Grande. Neste início de ano, o mesmo trabalho está em andamento junto ao Hospital Nardini de Mauá e AME Santo André.
“É um trabalho amplo e exclusivo, pois é desenvolvido segundo o perfil específico de cada unidade. Identificamos e avaliamos os tipos de resíduos produzidos, quantidades, formas de descarte e traçamos planejamento para que haja o correto gerenciamento, inclusive na diminuição da produção, maior reaproveitamento de recicláveis e indicação de rotas e medidas de segurança para o correto descarte”, explicam as coordenadoras do Fundação Sustentável, Juliana Pinesi Russo e Cristina Passaretti.
Planejamento abrangente: O plano de gerenciamento de resíduos descreve ações relativas a todo o manejo dos resíduos sólidos e segue resolução do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente. Engloba desde a segregação – separação no local de geração – e acondicionamento até coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento e disposição final de tudo que é gerado na unidade de saúde.
Para classificar, identificar as fontes de geração e quantificar os resíduos, primeiramente é necessário saber quais tipos são produzidos por setor. Podem ser biológicos, químicos, rejeitos radioativos, comuns ou perfurocortantes. No AME Praia Grande, por exemplo, foram levantados todos os serviços realizados e a média mensal de atendimentos por especialidade médica. A partir do relatório, foram estabelecidos os locais de geração e classificados os tipos de resíduos. “Criamos uma tabela separada por cores, que contempla todas as áreas onde há geração de resíduos no AME.
Também definimos grupos e subgrupos dos materiais, a fim de viabilizar a segregação, levando em conta características físicas, químicas, biológicas, estado físico e os riscos envolvidos”, detalham Juliana Russo e Cristina Passaretti.
O plano de gerenciamento de resíduos também contempla horários de coleta em cada setor, funcionários envolvidos no processo e até mesmo materiais de segurança que devem ser utilizados para o trabalho. Cada unidade deve manter Comissão Interna de Resíduos, a fim de que o plano seja aplicado integralmente, e programa de educação continuada visando a orientar, motivar, conscientizar e informar todos os envolvidos sobre riscos e procedimentos adequados no manejo dos resíduos.
Passo a passo: A separação no local de geração é o primeiro passo do gerenciamento interno de resíduos. Objetiva minimizar a contaminação de resíduos comuns e favorecer a reciclagem, assim como a adoção de procedimentos específicos para cada tipo de material, redução dos riscos à saúde e menores custos com manuseio.
O passo seguinte é o acondicionamento, que deve ser feito em sacos impermeáveis e resistentes a ruptura e vazamento. Os líquidos devem ficar em recipientes compatíveis com o material e que sejam resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.
A coleta e locomoção interna são o terceiro item na lista de ações. Os carrinhos de transporte devem ser fechados e exclusivos para essa finalidade. Além disso, os resíduos orgânicos e recicláveis não podem ser transportados no mesmo carro que resíduos biológicos e químicos. Funcionários da limpeza encarregados da manipulação e destinação dos sacos devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos, entre os quais luvas e botas.
O armazenamento final é feito em abrigos externos e exclusivos normatizados pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Empresas especializadas nesse tipo de coleta retiram periodicamente os materiais na unidade.
Pioneirismo e prêmio: Uma das primeiras nossas-unidades da Fundação do ABC a se dedicar ao gerenciamento de resíduos foi o Hospital Estadual Mário Covas de Santo André, que em 2007 conquistou o prêmio “Amigo do Meio Ambiente” do Governo do Estado, pelo projeto “Redução dos resíduos através do plano de gerenciamento”. A iniciativa reduziu aproximadamente 70% dos resíduos infectantes, o que reflete diretamente na diminuição de gastos com tratamento e de riscos à saúde dos colaboradores encarregados do manuseio.
O segredo para os bons resultados no HEMC foi a orientação aos colaboradores quanto ao descarte correto de materiais, remanejamento e identificação de lixeiras, tratamento e destinação adequada dos resíduos gerados no hospital e redução dos custos com tratamento de itens infectantes. Outras medidas importantes foram o encaminhamento do máximo possível de lixo para reciclagem, além da diminuição do consumo de copos plásticos.
Também foi criado o “ecoponto” para descarte de materiais recicláveis originados nas residências dos funcionários, como papelão, latas de metal, garrafas PET e óleo de cozinha, além de espaço próprio para receber pilhas e baterias.