Grande ABC tem atendimento gratuito no Dia Mundial do Rim

Publicado em: 15/03/2013

Medicina ABC e Sociedade Brasileira de Nefrologia atendem 195 pacientes em campanha em frente ao Hospital Anchieta de São Bernardo

Celebrado em 14 de março, o Dia Mundial do Rim teve atendimento gratuito e ações de conscientização à população no Grande ABC. Coordenada pela disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC, com apoio da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a campanha atendeu 195 pacientes na última quinta-feira no ambulatório em frente ao Hospital Anchieta de São Bernardo.

Estiveram disponíveis exames de diabetes, verificação de pressão arterial e exames de fitas de urina para detecção de sangue e albumina (proteína), fatores que podem indicar problemas renais. Além disso, foi distribuído material informativo e palestras abordaram temas como funções dos rins, principais situações de agressão renal e orientações sobre como prevenir lesões.

Atenção global: O Dia do Rim é comemorado em todo o mundo com finalidade de reforçar o papel fundamental dos rins na manutenção do equilíbrio ao filtrar o sangue e remover produtos indesejados do organismo.

A doença renal é uma enfermidade complexa e fatal. Estudos populacionais em diferentes países demonstram prevalência de doença renal crônica de 7,2% para pessoas acima de 30 anos e entre 28% e 46% em indivíduos acima de 64 anos. Mesmo em estágios iniciais, a chance de morrer por doença cardiovascular é 46% maior em portadores de doença renal, chegando a 136% no estágio moderado. A mortalidade em pacientes em diálise atinge níveis assustadores: uma pessoa de 30 anos tem a mesma chance de morrer do que uma de 80 anos.

No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas têm alguma disfunção renal. Conforme o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, aproximadamente 100 mil brasileiros estão em diálise, com taxas de internação hospitalar de 4,6% ao mês e de mortalidade de 17% ao ano. Além disso, a grande maioria dos pacientes morre antes de ter acesso ao tratamento em decorrência da falta de diagnóstico.

Entre as principais causas de perda da função renal estão hipertensão arterial (35%), diabetes (28,5%) e glomerulonefrites (11,5%). Segundo o levantamento Vigitel (2011), do Ministério da Saúde, 23% da população brasileira maior de 18 anos é hipertensa, 5,6% diabética, 18% fumante, 48% estão com excesso de peso e 16% são obesos. “São todos fatores de risco importantes, que contribuem para a perda de função renal”, alerta o professor de Nefrologia da FMABC e Presidente da SBN, Dr. Daniel Rinaldi.

Em 2012 foram realizados 5.385 transplantes renais no Brasil, sendo 1.488 de doadores vivos e 3.897 de doadores falecidos. Estima-se que em torno de 32.000 pacientes permanecem na fila de espera aguardando pelo procedimento.

O problema pode ser facilmente diagnosticado por meio de exames de urina e da dosagem de creatinina no sangue. O tratamento adequado retarda a progressão da doença, reduz as mortes e os custos terapêuticos.

Na campanha de 2013, cujo tema foi “Pare de agredir seu rim”, também foram divulgadas oito “regras de ouro” estabelecidas mundialmente: 1) Saiba sua pressão arterial; 2) Controle o açúcar no sangue; 3) Faça atividade física; 4) Confira o seu peso e a sua dieta; 5) Beba água; 6) Não fume; 7) Não use remédios sem orientação médica; e 8) Pare de agredir seu rim e saiba se seus rins estão ok.