H1N1: novo surto da gripe suína coloca população em alerta

Publicado em: 15/04/2016

* por Dr. Munir Akar Ayub

Neste 2016, o Brasil enfrenta um novo surto de gripe A/H1N1 – também conhecida como gripe suína. Apesar de estarmos no mês de abril, ainda no outono, a quantidade de casos de A/H1N1 no Estado de São Paulo e as mortes relacionadas ao vírus já se equivalem aos registros de todo o ano de 2015. Por essa razão, os cuidados preventivos precisam ser redobrados e a população deve se vacinar!

Dr. Munir Akar Ayub, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC

Dr. Munir Akar Ayub, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC

Existe apenas um tipo de vírus da gripe, o influenza, que é muito instável. Dessa forma, mutações e recombinações ocorrem com frequência, dando origem a vários subtipos circulando em um mesmo momento. O que acontece é que, de tempos em tempos, ocorre uma mutação importante no vírus da gripe. Como a população não tem anticorpos contra esse novo subtipo em circulação, doenças mais graves podem ocorrer, como foram os casos da gripe espanhola, asiática e nos últimos anos, da gripe A/H1N1.

Os sintomas da gripe suína são muito semelhantes aos da gripe comum: febre alta, dores de cabeça, muscular, de garganta e nas articulações, irritação nos olhos, tosse, coriza, cansaço e falta de apetite. A preocupação maior se dá quando esses sintomas persistem e se intensificam, caracterizando a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

A transmissão do vírus A/H1N1 ocorre, principalmente, de forma direta, ou seja, de pessoa para pessoa. O doente pode transmitir o vírus ao falar, espirrar ou tossir, por exemplo. Também pode haver contágio de forma indireta, ao tocar em superfícies contaminadas por secreções e depois levar a mão à boca, nariz ou olhos.

É importante que todas as pessoas tomem a vacina da gripe, em especial aqueles que estão nos grupos mais suscetíveis, como as gestantes, idosos e crianças. Principalmente nesses casos, quando houver suspeita, recomenda-se procurar um médico para a avaliação correta e o tratamento adequado.

Trata-se de mito acreditar que logo após a vacinação o paciente terá gripe, pois a vacina não é feita de vírus – portanto, não tem capacidade de produzir doença. Na verdade, a proteção da vacina começa somente 2 semanas após a aplicação, enquanto o período de incubação da gripe é de 3 a 5 dias. Dessa forma, o que pode ocorrer é que quando o paciente vai se vacinar ele já está gripado, porém, ainda sem apresentar os sintomas.

Além da vacinação, é importante destacar algumas medidas preventivas. Entre as mais importantes, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo recomendam lavar as mãos com frequência, principalmente antes de consumir algum alimento, cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, manter os ambientes bem ventilados, evitar pessoas que apresentam sinais de gripe, assim como locais com grandes aglomerações, além de utilizar álcool gel nas mãos.

* Dr. Munir Akar Ayub, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC.