Hospital da Mulher debate protocolo de óbito fetal

Publicado em: 05/02/2013

Tema polêmico será debatido na segunda reunião do Comitê de Bioética em 2013 em busca de aliviar a dor pelo diagnóstico de morte do feto

O Hospital da Mulher de Santo André programou para 8 de fevereiro discussão de tema polêmico e que requer sensibilidade e trabalho em conjunto de todo o corpo clínico. Membros do Comitê de Bioética estiveran reunidos para debater o alívio da dor emocional em mulheres com diagnóstico de óbito fetal.

Profissionais de diversas áreas buscaram trocar experiências e discutir casos reais de gestantes que passaram pela delicada situação de ser submetidas a todo o procedimento do parto, mesmo sabendo que o bebê não tinha vida. “Buscamos criar ambiente reflexivo a partir das diversas especialidades e áreas de atuação dos membros do Comitê de Bioética, a fim de revisar as ações nesse campo e determinar protocolos de atendimento que atuem minimizando a dor das pacientes e confortando as famílias”, explica Paulo Eduardo Viegas, consultor em humanização e bioética da Fundação do ABC, gestora do Hospital da Mulher.

A primeira reunião do Comitê de Bioética ocorreu em 4 de janeiro, com objetivo de traçar as metas para o ano. Na ocasião foi eleita a nova presidente da entidade, a psicóloga Patrícia Chicareli Costa.

Trabalho conjunto
Em atividade há cerca de dois anos e meio no Hospital da Mulher de Santo André, o Comitê de Bioética tem como pautas mais recorrentes as relacionadas à violência sexual, recém-nascidos com mal formação congênita e vítimas de AVC. O grupo se reúne todo mês pelo menos durante 2 horas e discute um único tema esgotando vários ângulos de interpretação e opiniões, já que entre os cerca de 20 membros estão médicos, enfermeiros, psicólogos, religiosos, advogados, assistentes sociais e gente da comunidade.

“Procuramos também ter a presença do próprio paciente, de um parente ou representante legal. É importante conhecer o parecer emocional de alguém próximo do doente, para contrapor às visões mais técnicas dos profissionais”, relata Dr. Drauzio Viegas, coordenador da consultoria em humanização e bioética da Fundação do ABC, que desde 2011 atua tanto nos hospitais administrados pela FUABC como na Faculdade de Medicina do ABC – onde foi professor de 1974 a 2011, quando se aposentou como Titular de Pediatria e Puericultura.

No grupo de entidades gerenciadas pela Fundação do ABC, além do Hospital da Mulher de Santo André também contam com comitês de bioética o Complexo Hospitalar de São Caetano e o Hospital Estadual Mário Covas.