Publicado em: 27/02/2013
O Serviço de Neonatologia do Hospital da Mulher de Santo André realiza dias 1º, 8, 15 e 22 de março curso de sensibilização de funcionários sobre questões relacionadas à prematuridade em recém-nascidos. Com intuito de minimizar ou acabar com efeitos adversos consequentes da internação, a capacitação englobará aulas de enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia e pediatria. Além disso, haverá a ação prática “Dinâmica dos Sentidos”, que permitirá aos participantes descobrir e perceber a experiência do prematuro durante a internação.
As causas da antecipação do nascimento estão na maioria das vezes associadas às condições de saúde da mãe. Mulheres desnutridas, que fazem uso de determinados medicamentos, com problemas uterinos, diabetes, hipertensão, periodontite ou infecção urinária, por exemplo, estão mais propensas a antecipar o parto.
Assim que nasce, o prematuro é levado à UTI, onde encontra ambiente totalmente diferente do útero materno. “No útero da mãe o bebê as condições de repouso e sono profundo são ideais, o que contribui para o desenvolvimento cerebral do feto. Por essa razão, o serviço busca proporcionar ambiente aconchegante, mesmo fora da barriga da mãe”, detalha a coordenadora da UTI Neonatal do Hospital da Mulher – Fundação do ABC, Dra. Sueli Aparecida Bispo de Souza, que salienta: “Tentamos reproduzir condições apropriadas que transmitam proteção e segurança, resultando na recuperação mais rápida”.
A imaturidade do paciente torna o organismo mais vulnerável a doenças e mais sensível a fatores externos como luz, ruídos e múltiplas manipulações. Os principais problemas médicos dos recém-nascidos prematuros estão relacionados à imaturidade respiratória e metabólica. A pele também é mais fina do que a do recém-nascido de termo.
Esforço global:
Nos últimos 10 anos, as iniciativas de humanização da assistência têm debatido a importância da articulação entre a qualidade técnica da assistência, tecnologias de acolhimento e o suporte aos pacientes. As ações ocorrem em diversos campos de atenção, mas foram inicialmente implantadas no cuidado ao parto e ao recém-nascido. O método Mãe Canguru, por exemplo, foi proposto originariamente em 1978 pelo Dr. Edgar Rey Sanabria no Instituto Materno-Infantil de Bogotá (Colômbia) e adaptado à realidade brasileira em 2000. Trata-se de modelo de cuidado no campo neonatal, caracterizado pela promoção da atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso e que gera conjunto de ações na assistência envolvendo paciente, familiares e profissionais de saúde.
Mais recentemente, o modelo assistencial humanizado passou a ocupar maior dimensão no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2004, o Ministério da Saúde dissemina em todo Brasil a Política Nacional de Humanização (PNH).