Publicado em: 05/12/2014
O Hospital de Clínicas Municipal José Alencar (HC), de São Bernardo, completa um ano de funcionamento neste dezembro e inaugura importantes serviços à população. Entra em operação o setor de hemodinâmica, que permitirá a realização de exames e intervenções minimamente invasivas. Além disso, a unidade passa a fazer cirurgias neurológicas, de politrauma e ortopédicas especializadas. No dia 8 haverá solenidade de aniversário, com presenças do ex-secretário de Saúde da cidade e atual ministro, Arthur Chioro, e do prefeito Luiz Marinho.
Para garantir o atendimento às novas especialidades, serão abertos mais 50 leitos, sendo 30 de internação e 20 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que se somarão aos 110 já em funcionamento. “Estamos cumprindo à risca nosso cronograma de implementação. A abertura gradativa se reflete na qualidade do serviço prestado. Temos convicção de que estamos na direção certa”, garante o superintendente do HC, Dr. Daniel Gomes Beltrammi.
A hemodinâmica realiza diagnósticos e procedimentos terapêuticos nas áreas de cardiologia, neurologia e angiologia. Nesta primeira fase, serão tratados no HC os pacientes com problemas no coração, com indicação de cateterismo e angioplastia. Por meio da introdução de cateteres no aparelho circulatório, é possível descobrir a presença de anormalidades e decidir sobre o melhor tratamento para desobstruir as artérias.
O novo serviço destaca-se por ser o único da cidade a atender casos urgentes em regime de 24 horas. “Isso representa grande avanço no tratamento dos infartos. A redução do tempo entre os primeiros sintomas, o diagnóstico e o tratamento é fundamental para manutenção da funcionalidade do coração dos pacientes”, afirma o superintendente do HC.
Os procedimentos são realizados por equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e técnicos de radiologia, com auxílio de método de imagem. Para isso, o hospital possui moderno equipamento de angiografia digital de alta resolução.
Mais cirurgias
Ao entrar em nova fase de implementação, o HC começa a realizar neurocirurgias de urgência, cirurgias de politrauma e de ortopedia especializada – serviços inéditos no município. Até então, os munícipes de São Bernardo que precisavam desse tipo de assistência aguardavam no Hospital e Pronto-Socorro Central (HPSC) transferência para hospitais de referência regional, fora do município. Isso causava grande desconforto aos pacientes, já que muitas vezes a espera era longa.
As neurocirurgias de urgência e as cirurgias de politrauma geralmente são provocados por acidentes graves e extensos, com comprometimento simultâneo de várias funções e sistemas do corpo humano, como traumas de abdômen, tórax, membros e do sistema nervoso central. Para esse atendimento, o HC conta com equipe 24 horas.
O hospital também vai ampliar as cirurgias ortopédicas. Desde abril, a unidade atende casos relacionados a acidentes e já fez 1.300 procedimentos. Parceria firmada com a Escola Paulista de Medicina da Unifesp permitirá que sejam realizadas cirurgias de alta complexidade, como implantação de próteses de joelho, cotovelo e quadril, e ainda as artroscopias, menos invasivas, como as correções ligamentares.
Primeiros pacientes entram para história
A quinta-feira amanheceu nublada naquele 19 de dezembro de 2013. No HC, os funcionários estavam ansiosos e a postos, do superintendente ao porteiro, todos com os celulares e radiotransmissores nas mãos, esperando a mensagem. “Estão vindo”, alguém do HPSC avisou. Em menos de dez minutos, a ambulância chegou. O veículo transportava Dina Scaramel da Silva, 59 anos, que se tornaria a primeira paciente a dar entrada no hospital.
Dona Dina estava internada no HPSC devido às escaras, lesões na pele que se agravaram porque vive acamada, sequelas da esclerose múltipla diagnosticada em 2003 e que comprometeu boa parte de seus movimentos. Transferida para o HC, passou mais quatro dias internada, na companhia do marido, Elso Moura da Silva.
“Fico feliz de ter sido a primeira. Fui muito bem tratada”, recorda. Em outubro, ela, que é moradora do bairro Jordanópolis, precisou mais uma vez de cuidados e retornou ao hospital. “Não mudou nada. Foram muito atenciosos, como antes. Só tenho elogios.” Elso concorda. “O atendimento é de Primeiro Mundo”.
Depois de dona Dina, naquele mesmo dia o HC recebeu outros cinco pacientes. Um deles foi o pedreiro Giuliano Genero da Silva, 42. Ele sofrera um infarto e havia passado por angioplastia no Hospital Anchieta. “Quando cheguei no HC fiquei admirado com o porte do hospital. Tudo muito bonito. O atendimento foi 100% e até a psicóloga veio falar comigo”, recorda.
Giuliano ficou dois dias internado e hoje faz acompanhamento com cardiologista. “Fico satisfeito em saber que temos um hospital assim na nossa cidade. Saúde para o povo deve ser mesmo prioridade”.