Hospital Estadual Mário Covas implanta alta segura com discussão interdisciplinar

Publicado em: 17/12/2021

Nos últimos anos as políticas públicas de saúde têm enfrentado desafios por conta das mudanças demográficas da sociedade brasileira. Com a pandemia, esse quadro se agravou. O adoecimento pela Covid-19 somado ao envelhecimento populacional e acometimento das doenças crônicas contribuem para o desafio de zelar e cuidar da saúde da população de forma equânime e sustentável. No contexto do adoecimento e da internação prolongados, os hospitais vivenciam a rotina de gerir leitos com doentes que exigem longa permanência.

Considerando este cenário, as equipes do Hospital Estadual Mário Covas estruturaram uma pesquisa qualitativa e quantitativa para monitorar as altas de 71 pacientes que exigiam maior complexidade de cuidados. O período de observação foi entre janeiro e agosto de 2021. Em geral, os pacientes selecionados para o projeto estavam em programação de alta ou em uso/desmame de dispositivos, como: ostomia, sonda, oxigenioterapia, traqueostomia, fístula ou lesões de pele, além de acamados. O contato para a entrevista deu-se via telefone após 15 dias da data da alta hospitalar. Na ocasião foram fornecidas aos pacientes e cuidadores orientações individualizadas e adequadas às necessidades específicas.

No início do projeto, 20% dos cuidadores ou pacientes afirmavam ter recebido orientações efetivas sobre os cuidados e limitações no pós-alta. Esse índice saltou para 78% após o período de observação. As dúvidas relacionadas à administração das medicações prescritas no ato da alta hospitalar levaram a equipe a elaborar um plano de ação junto ao setor de Farmácia para garantir orientações mais assertivas. A unidade utilizou o índice Net Promoter Score (NPS), metodologia reconhecida internacionalmente, que possibilita realizar uma pesquisa de satisfação dos usuários e obter um “termômetro” da percepção dos usuários perante os serviços ou determinado projeto. No caso do Hospital Mário Covas, a unidade iniciou o trabalho na “Zona Crítica”, com pontuação entre -100 a 0, e migrou para a “Zona de Perfeição”, que oscila entre 76 e 100, mantendo uma média positiva.

A iniciativa foi inscrita na primeira edição do concurso do Programa Feito pela Gente e conquistou a segunda colocação.